Sabia à partida que era um risco que corria, mas não hesitou em voltar ao Paquistão, e apesar dos tremendos atentados que se verificaram à sua chegada, continuou em campanha, ou, temerária, a afrontar Musharraf. Por várias vezes esteve em perigo de vida. Acabou por perdê-la, por via de um dos muitos fanáticos que procurava combater e que crescem como cogumelos no Paquistão.
Benazir Bhutto podia não ser a melhor governante do mundo, e podia mesmo ser culpada de casos de corrupção com ganhos próprios. Mas esta mulher elegante, altiva, determinada e corajosa era o rosto da civilização e da liberdade, num país onde a barbárie corre pelas ruas. Pagou-o com a vida. Em vão? Impossível dizê-lo, mas nos próximos tempos será certamente, já que beneficiou os militares que governam o Paquistão e provocou o caos, a ira e o desespero, mesmo entre antigos rivais, como Sharif. O ano de 2007 acaba em tragédia. Mais uma, naquela região dominada por fanáticos.
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