Por muito que Figo, Rui Costa e Paulo Sousa tenham sido os elementos da "Geração de Ouro" a obter mais sucesso internacional, o seu grande símbolo será sempre João Vieira Pinto. Atesta-o o facto de ter sido o único bicampeão de júniores das equipas de Queiroz que lograram o feito, além dos dois golos marcados à Nigéria em 1989. Passou um ano nos desperdícios do Atlético de Madrid e regressou vacinado contra idas para o estrangeiro. Formado no Boavista, ao qual deu muito dinheiro pelas suas transferências, tornou-se o craque da Luz e humilhou o chico-espertismo de Sousa Cintra e um Sporting que já se via campeão naquele mágico e inimaginável 6-3, de tal forma que ainda hoje é o único jogador a quem A Bola deu nota 10. continuou no Benfica como o "Menino de Ouro", ganhou uma Taça, suportou os piores tempos da Luz até que Vale e Azevedo e o gélido Jupp Heinkes o expulsaram do Benfica, coisa que provocou reacções de fúria e desespero. Ainda me lembro dos adeptos à porta do estádio, dia e noite, a clamar para que ficasse, ou de Maria João Seixas,abrindo o seu programa com uma mensagem de apoio ao jogador. Não tenho a menor dúvida de que em boa parte Vale e Azevedo acabou ali com as hipóteses de reeleição.
Depois, a tristeza de vê-lo no Sporting e a fazer dupla com Jardel, dupla essa em tempos sonhada para a Luz. Ou por vê-lo a socar um árbitro, momento fatal que deu início ao declínio da sua carreira e a nunca mais envergar as Quinas. Regresso ao Boavista, passagem pelo Braga, um vago projecto de jogar no Canadá, e por fim a declaração de adeus. com quase 37 anos, um filho já a jogar na 1ª divisão, centena e meia de golos no campeonato e, salvo erro, sendo o jogador com o maior número de jogos realizados na prova. Não, jogadores como este, geniais, imprevisíveis, impetuosos até demais, não se esquecem. São eles que escrevem capítulos inteiros na história do futebol. Obrigado por tudo, Capitão.
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