terça-feira, maio 12, 2009

Um debate com todos


Infelizmente só pude ver a segunda metade do debate das Europeias, com os 13 candidatos, no belíssimo espaço do Museu da Electricidade, em Lisboa. Afinal havia espaço e tempo para todos, e sem os aplausos e chinfrineira do público a coisa correu razoavelmente bem. Pelo pouco que vi, não consegui ficar com uma ideia de todas as candidaturas. Havia candidatos que não conhecia, como o do Partido Humanista e o do MMS. Alguns são bloggers. A disposição esquerda/direita provocou-me algumas dúvidas (com o MEP, por exemplo).


Do que ouvi, e menos do que queria, Paulo Rangel esteve demasiado virado para a crítica interna no seu apelo final; Nuno Melo e Miguel Portas iam com a lição bem estudada. Ilda limitou-se a desfiar a bobine, embora tenha feito valer a sua experiência em Estrasburgo. Gostei de ver Laurinda Alves recordar os "pais da Europa" e o espírito cristão que levou à constituição da CECA, já que a memória é tantas vezes abastardada. Do Partido Humanista viram-se inócuas boas intenções. Do MMS também pouco retive. O Frederico, pelo PPM, desafiou abertamente a RTP e parece-me que saiu penalizado por isso (pena a troca "Nobre Guedes", por Nobre da Costa, no fim, e o esquecimento de Calvo Sotelo, em Espanha, mas o tempo era escasso). Carmelinda Pereira deve-se achar em 1976 (nacionalizar a banca para ser gerida por comissões de trabalhadores? Deus meu!). Orlando Alves mostrou-se combativo, como determina o lema do partido, mas com moderação. Alguma moderação também da parte de Humberto Nuno Oliveira, mas com as ideias já bem conhecidas. Quartim Graça pareceu-me ponderado mas mais discreto do que o desejável. Quanto a Vital Moreira, se dúvidas havia, dissiparam-se hoje: como cabeça de lista é um erro crasso. Mantém toda a presunção de "lente de Coimbra", tentou negar o indesmentível (a promessa de referendo ao Tratado Europeu) de maneira inconcebível, não estava totalmente dentro das matérias e nem sequer conserva a sua antiga qualidade, de resposta fácil e aguçada, que lhe permitia outrora esgrimir com os seus floretes verbais de forma muito eficaz. Cada vez que aparece, o PS perde votos, e nem as "Marinhas Grandes" ocasionais lhe valem.


Tirada inesperada da noite, de Miguel Portas: "que a direita ouça por uma vez os bispos quando falam da emigração, porque falam bem". Espera-se nos próximos dias o consequente protesto da Associação Ateísta pela "vergonhosa referência a uma confissão religiosa num debate laico".

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