Situada no alto de uma colina entre os rios Sousa e Cavalum, sobranceira à auto-estrada entre Porto e Vila Real, Penafiel é uma cidade que ganhou esse estatuto em 1770, para além do de sede de Diocese, ainda que por meia dúzia de anos - uma ideia do Marquês de Pombal para retirar poder ao bispado do Porto. É atravessada pela estrada nacional 15, que serve de avenida principal, e tem belas igrejas, como a Matriz, a Misericórdia, Carmo, Calvário, e a neo-bizantina Nossa Senhora da Piedade, num ponto elevado. Há ainda ruelas apertadas na malha urbana mais antiga, solares, praças graníticas, fontes, um pelourinho, casas do fim do Séc. XIX cobertas de azulejos e com varandas em ferro forjado, chalets, etc. O quartel militar activo até há poucos anos vem mencionado em Os Grãs-Capitães, de Jorge de Sena. Existem vários miradouros para a paisagem circundante, onde se destacam as vinhas da Aveleda. Mas o que salta mesmo à vista na cidade são as igrejas.
Coisas que em grande parte não existiriam, bem como estatuto da cidade, se as opiniões de Saramago sobre a Bíblia e sobre a religião em geral, proferidas pelo escritor, que era convidado numa sessão literária precisamente em Penafiel, tivessem tido aplicação prática. Isso e muito mais: provavelmente a civilização como a conhecemos. Mas tanto Saramago como os seus seguidores, que dizem coisas como "A Igreja Católica é a maior assassina da história", "só os ignorantes é que são crentes", e que falam da Inquisição, desaparecida há três séculos, como quem fala de receitas de culinária, nunca devem ter pensado muito bem no assunto. Ou então o grau de loucura e de fanatismo ainda é mais grave do que se pensa.
Um comentário:
Insignificante para a qualidade deste espaço, mas em todo o caso, foi a minha forma de os distinguir:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/10/premio.html
Abraço,
Carlos Santos
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