O catenaccio, esse grande definidor de resultados (seguido de "tristeza de final da UEFA)
Por muito que se critique o "autocarro" que José Mourinho colocou em frente à baliza em Barcelona, não havia outra maneira de chegar ultrapassar os culés, ainda por cima com um jogador a menos ainda na primeira parte e com uma arbitragem caseira. Só com um sólido muro de betão é que passaria, e conseguiu-o, à custa de muita concentração e alguma sorte. Estimo o feito, porque não simpatizo muito com o clube blaugrana nem com a prodigalidade de elogios que tanto lhe fazem, e ver o Nou Camp sem um pio no final tem bastante graça. E o Inter já não ia a uma destas finais desde os anos setenta, por isso é sempre bom ver emblemas novos. E não esquecer: em Barcelona podem residir o ataque mais poderoso e temeroso e o futebol actualmente mais atraente do planeta (embora o do Benfica se lhe compare), mas o Inter é que inventou o catenaccio, e sabe usá-lo sempre como mais ninguém. Mourinho apenas segue a tradição do clube, conforme atestam os mestres.
Assim, o Barcelona fica a ver a final da Champions na televisão e perde a oportunidade única de erguer a taça em pleno Santiago Bernabéu, casa dos seus rivais e inimigos de sempre. Uma desilusão em terras condais, e um alívio para os merengues.
Em compensação, e para mal do futebol, o Atlético de Madrid, com apenas duas vitórias este ano em competições europeias, vai à final da "Euroliga" com o Fulham. Para trás ficaram o Liverpool e o histórico Hamburgo, que falha também a hipótese de jogar o último jogo em casa, que palco escolhido para o confronto. Atlético de Madrid e Fulham...Que raio de final havia de estar destinada! E pensar que o Benfica podia perfeitamente estar lá. Resta-me desejar boa sorte a Simão Sabrosa.