Olha que surpresa
Quando de manhã ouvi na rádio as palavras do Cardeal Patriarca de Lisboa sobre as relações dos cristãos com os muçulmanos, vi logo que ia dar estrondo. Não me enganei. Aqui e ali os remoques esperados, com as habituais críticas sempre que um responsável da Igreja fala de um assunto que não tem a ver com a caridade nem os mais desfavorecidos. As declarações podem ser ligeiramente polémicas, mas apenas e só um ponto de partida para o debate (o Sheik David Mounir reservou a resposta para mais tarde); além disso, no mesmo discurso, D. José Policarpo, fala da necessidade de compreender o que é o Islão e a sua compreensão de vida. A parte mais "religiosamente incorrecta" sobressaiu, e é ver nas caixas de comentários alusões à Inquisição que "matou milhões de pessoas" (só se se multiplicar ao quadrado) e a "mentalidade medieval" destas palavras, ao passo que o Cardeal é apelidado de nazi, fundamentalista, que devia ser preso e censurado, etc.
Decididamente, os tempos estão maus, ou chatos, para os católicos (como já se tinha previsto) e bons para minorias religiosas, mesmo que não sejam tidas nem achadas, como agora. O pior é se essas minorias se tornam maiorias. E assim acabam as civilizações.
Ps1: o Arrastão publicou cinco (!) posts sobre esta "polémica". Fico à espera de uns quantos quando houver mais notícias de homossexuais condenados à morte no Irão ou de mulheres condenadas à lapidação na Nigéria. Apesar de tudo, ficou aquém do número de postagens do Avenida Central sobre o Benfica-Braga: seis.
Ps2: ver o este texto no Estado Sentido, e este outro, que recorda um filme, Not Without my Dughter/Rapto em Teerão, baseado num caso real.
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