Oscares
Está a começar a sessão de Oscares deste ano. Não tendo podido ir ao cinema tanto quanto gostaria, também não tenho enormíssimas preferências. Ainda assim, gostava que a tradição se quebrasse esta ano e que Scorcese ganhasse finalmente a sua estatueta. Não vi The Departed, mas toda a sua obra já o justificava, e de que maneira. Pena para Eastwood, mas neste novo duelo ao pôr-do-sol com Marty, espero que ele perca. Frears e Iñarritu têm as suas hipóteses, ao contrário de Geengrass, e noutras circunstâncias até gostava de ver o prémio ir parar às mãos do realizador de Ligações Perigosas. Se Scorcese não ganhar, definitivamente estará criada uma autêntica maldição (ou má vontade) sobre este realizador.
Outro que sofre do mesmo mal é O´Toole, mas não me parece que chegue lá. Não o premiaram em Lawrence da Arábia e agora afadigam-se a tentar compensá-lo. Mas há coisas que se não são feitas na altura devida, mais vale que se fique quieto e calado. Mas infelizmente a Academia não é dada a indiscrições.
Nesta categoria deve acontecer o mesmo que no ano passado, ou seja, o Oscar irá para um actor a quem todos reconhecem enorme talento, que normalmente aparece em filmes menos comerciais, sem grande sex-apeal, e que quando interpreta uma personagem real é que se lembram de o premiar. O caso de Forest Withaker (escandaloso ser nomeada pela primeira vez aos 45 anos) é em tudo igual ao de Philip Seymour Hoffman, e não custa a crer que o resultado final seja o mesmo.
Will Smith e Di Caprio terão de esperar pela sua terceira nomeação. Ryan Gosling não conheço, nem o filme que protagoniza. A nomeação será um bom veículo ou continuará no anonimato?
Na categoria feminina, o nome de Helen Mirren não deverá espantar ninguém, mas contra Her Majesty não há nada a objectar. A ficar navios ficarão uma vez mais Kate Winslet e Judy Dench, que já mereciam qualquer coisinha. ao menos veremos Penélope Cruz lá no meio; quanto a Merryl Streep já deve estar farta de comparecer na cerimónia, com nomeações ano-sim, ano-não.
Secundários? Babel terá uma palavra a dizer. Mas reparo que Cate Blanchett, co-protagonista do mundi-pudim de Iñarritu, surge como nomeada por Notes of a Scandal. O filme ainda não chegou às salas, mas tenho a certeza de que ela merece novo galardão. Só mesmo por se tratar de Blanchett, que é uma razão mais que suficiente. quem sabe se para o ano não ganha a estátua principal, se Hollywood voltara premiar uma interpretação de uma Rainha inglesa.
Entre os senhores secundários, a luta terá a sua piada, mas não faço prognósticos. Talvez entre Alan Arkin (do excelente Little Miss Sunshine) e o renovado Eddie Murphy.
Prémios técnicos à parte, resta-me esperar pelo melhor filme. Que deverá ser Babel, já que a Academia gosta de filmes do gênero, sobretudo quando conseguem ser tão (descarademente) "globalizantes", e para mais agora, que os realizadores mexicanos estão tão na moda.
Vamos lá ver até que hora aguento. Mas sinceramente não espero grandes surpresas. Mas quem sabe, na edição passada aquilo acabou com grandes emoção. E esta noite?