sexta-feira, julho 29, 2011
A falta que um pai faz
Um pormenor que me chamou a atenção no caso do duplo atentado mortífero na Noruega: um dos entrevistados foi o pai de Anders Breivik, o terrorista do momento. Ao que parece, o senhor, um diplomata na reforma a viver no Sul de França, separou-se da mãe do autor dos atentados quando ele tinha um ano e não tem contacto com ele há 15. Diz-se agora "absolutamente chocado" e espera que o filho "se suicide".
quarta-feira, julho 27, 2011
segunda-feira, julho 18, 2011
sexta-feira, julho 15, 2011
sábado, julho 09, 2011
Otto da Áustria nasceu já como herdeiro da coroa dual dos Habsburgos, herdeiro do milenar Sacro Império. Era sobrinho-neto do velho Imperador Francisco José e filho de Carlos I), que seria o último monarca da Áustria-Hungria, em virtude do assassínio do seu primo em Sarajevo, que desencadeou a 1ª Grande Guerra. Com a queda do império, acompanhou a família no exílio para a Madeira, onde seu pai morreria. Sem possibilidades de aceder ao trono da Hungria, devido ao golpe do Almirante Horthy, o "regente sem reino", Otto mudou-se para para Espanha e formou-se mais tarde em ciências Políticas na Universidade de Lovaina. Tornou-se um firme opositor ao nazismo ascendente e ao Anchluss, reivindincando o trono austríaco e fazendo declarações públicas contra a ocupação alemã. Essas posições valeram uma perseguição massiva aos seus apoiantes e a sua condenação à morte in absentia. Quando a Alemanha invadiu a França residia então em Paris, pelo que se viu obrigado a fugir para os Estados Unidos. Conseguiu-o graças a Aristides de Sousa Mendes, com quem entrou em contacto através do seu secretário, o Conde von Degenfeld, e que lhe proporcionou um visto para Portugal, e daí para a América (o próprio Arquiduque esteve envolvido na fuga de milhares de austríacos da invasão nazi). Viveu em Washington durante a Guerra, até ao regresso à Europa, ainda nos anos quarenta, com um passaporte da Ordem de Malta. Só muitos anos mais tarde ser-lhe-ia atribuída a cidadania austríaca, bem como a húngara e a croata.
Católico devoto, europeísta convicto, presidente da União Pan-Europeia, crítico da divisão europeia, chegando a promover acções para desmoralizar os regimes comunistas, Otto serviu ainda como deputado europeu durante vinte anos, pela CSU bávara, já que a partir dos anos sessenta escolheu a Baviera para viver, e onde morreu, há dias, com 98 anos. Se o Império tivesse subsistido, teria reinado durante 89 anos. Mas nunca chegou a ocupar o trono bicéfalo dos imensos domínios dos Habsburgos, e assistiu à carnificina europeia, sem que por isso baixasse os braços e desistisse de conseguir uma Europa unida, livre, tradicional e moderna, ao mesmo tempo. Em grande parte, conseguiu-o. O Arquiduque cumpriu exemplarmente a sua missão numa vida longuíssima e completa.