sexta-feira, janeiro 30, 2009
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Passou-me a data da instauração da Monarquia do Norte, há uma semana. E logo nos noventa anos do dia em que a bandeira com a coroa real flutuou de novo nas varandas do Porto. Repito apenas as palavras que disse há um ano. Um acontecimento importante para o país, que como sempre a comunicação social, por ignorância ou oportunismo, deixou passar, com raríssimas excepções. Mas a culpa será também dos monárquicos, por se esquecerem ou pouco referirem o acontecimento - contra mim falo, como é óbvio. felizmente, houve quem não se esquecesse. Mas o movimento nunca chegou a unir os monárquicos, já que faltava o crucial apoio de D. Manuel II, que sempre recusou que a restauração da monarquia assentasse numa revolta armada. Talvez por isso os republicanos conseguiram virar as coisas a seu favor e através do seu exército civil, a Carbonária, dominar os monárquicos que se acantonaram em Monsanto, Lisboa, para depois voltar a controlar o país por inteiro.
O mais provável é que depois deste quasi esquecimento das semanas em que o Norte do país voltou a aclamar o rei, a 31 de Janeiro se ouçam as habituais hossanas e recordações da revolta republicana de 1890, também no Porto, e dos seus "bravos", como se de uma façanha homérica se tratasse. E no entanto, esta não teve, nem de longe nem de perto, o apoio nem a longevidade da Monarquia do Norte.
Ps: um aditamento precioso e esclarecedor sobre assunto, no Estado Sentido. Para quem quiser conhecer estes acontecimentos com grande pormenor, pode recorrer à obra escrita com conhecimento de causa por Rocha Martins, reeditados em dois tomos, pela Bonecos Rebeldes.
Nem de propósito, um dos melhores filmes em exibição nas salas é Valsa com Bashir, do cineasta israelita Ari Folman. Com um buraco negro no lugar da sua memória de soldado do Tsahal na Guerra do Líbano, em 82, Folman reconstitui-a graças a variados testemunhos, até descobrir que tinha estado presente em Sabra e Shatila, os massacres de palestinianos efectuados pela falange libanesa, onde o Tsahal agiu com oportuna omissão. A revista da memória é simultaneamente tenebrosa e fascinante, e Folman resolveu colocá-la em documentário, mas em versão animada. O título deve-se a uma cena, em que um soldado israelita, no meio do tiroteio dos snipers em Beirute, desata numa desesperada fuzilaria para todos os lados, como se de uma dança com a metralhadora como par. Nas paredes, vêem-se grandes cartazes com a efígie de Bashir Gemayel. Líder do partido cristão Kataeb/Falange, fundado pelo seu pai, Pierre Gemayel, e das suas milícias paramilitares, Bashir tinha acabado de ser designado presidente do Líbano, com apenas 35 anos, mas seria assassinado à bomba antes de tomar posse. Toldados pelo ódio, com sede de vingança pela morte do seu carismático líder, os falangistas entraram nos campos palestinianos de Sabra e Shatila e mataram indiscriminadamente milhares de palestinianos, enquanto que os israelitas montavam cerco e esperavam pelo fim do massacre sem mover um dedo. O acto provocou a fúria na opinião pública em Israel e rolaram cabeça, tendo Ariel Sharon, na altura ministro da defesa, sido considerado responsável moral por inacção e exonerado de todos os cargos.
PS: até pode, em parte, mas de forma clandestina e com a hostilidade das respectivas autoridades nacionais. Provou-o o também documentário animado Persépolis, sobre o Irão, baseado na BD com o mesmo nome, um filme irónico mas comovente.
sexta-feira, janeiro 23, 2009
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Bush desandou, por fim, como era desejo de grande parte da população mundial e americana. Um presidência eivada de erros, equívocos, abusos de poder e tensões. Um homem sem grandes conhecimentos ou rasgo, pouco inteligente, que deve o cargo ao apelido, e que acaba por ser um bom exemplo do oposto da meritocracia, tão contrário ao espírito americano. Deixou-se guiar por todos quanto o rodeavam, nomeadamente o grupo neoconservador e alguns oportunistas de sempre, como Rumsfeld e Cheney. Não deixará saudades. Sai com uma crise financeira e económica gravíssima, o seu projecto do Iraque numa incógnita, o Afeganistão mais inseguro do que nunca e o prestígio americano americano abalado por Guantánamos, Abu Grahibs e outras vilezas. O maior pecado de Bush será mesmo a forma incrível como desperdiçou todo o capital de simpatia que os EUA recolheram no 11 de Setembro. Tal coktail de inabilidade, falta de visão e incúria é quase uma proeza.
terça-feira, janeiro 20, 2009
No mesmo fim de semana, desapareceram Tereza Coelho, aos 49 anos, e João Aguardela, aos 39. A primeira era crítica literária, editora da D. Quixote e ex-directora da revista Os Meus Livros (ouvi falar dela pela primeira vez aí), e creio eu, da Ler. O segundo era um nome importante da música modernaportuguesa, patrono da fusão entre pop e o folclore popular, nos Sitiados, Megafone (o mais intrigante e mais etno-eléctrico)e, ultimamente, em A Naifa. Idades curtas demais para quem podia ainda dar tanto às letras e aos sons portugueses
Sitiados: Outro Parvo no meu Lugar
A fulanização do PP
sábado, janeiro 17, 2009
sexta-feira, janeiro 16, 2009
quarta-feira, janeiro 14, 2009
terça-feira, janeiro 13, 2009
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Neve
Sexta e Sábado a frente polar que também arranhou Portugal deixou a sua marca. Há vinte anos que não se via nevar tanto. Ver o Minho urbano coberto de neve é coisa rara. Há dias dizia-me uma amiga de Lamego que na sua cidade era raro nevar, por causa da humidade das barragens. Ei-los servidos com neve que cortou as estradas da região e deixou automobilistas à beira de um ataque de nervos. Trás-os-Montes esteve inacessível, com o corte da A4 desde quase Valongo, e até no Porto se viram uns flocos, coisa que da última vez que passou pela cidade ainda eu andava na escola.
Braga
Barcelos, Igreja do Bom Jesus da Cruz. E pensar que em
Julho aguentei aí um calor tórrido e gotejante.
Nota: as imagens de cima são retirados do álbum de fotos do IOL Diário. Aos autores, o meu obrigado e espero que não se importem que eu coloque aqui as suas fotografias.
sexta-feira, janeiro 09, 2009
O prometido é devido: Caminha, vista na primeira hora de 2009. Atrás da árvore distingue-se a velha torre do relógio, re-inaugurada nessa mesma noite, que se tingiu de todas as cores e onde soaram as badaladas da meia-noite.
Pena que não dê para perceber a quantidade de gente que enchia a praça, e que duas horas depois, se dirigiria em peso para a Rua Direita da vila, que começa exactamente na porta da torre, rumo aos muitos pequenos bares que se sucedem dos dois lados da artéria. Pena também que esta fotografia não tenha saído no próprio dia, juntamente com um video dos concertos de Ano Novo de Viena. Mas agora é tarde...