O derby de amanhã contra o Sporting, que entrou no campeonato a matar, é tudo menos propício, mas terá de ser ultrapassado. Se o problema actual é Jorge Jesus, então mais vale lembrar que com ele o Benfica já venceu a lagartada por sete vezes, e perdeu apenas uma. As estatísticas valem o que valem, mas à falta de melhor, temos de nos agarrar a alguma coisa.
A vitória no último suspiro contra os de Barcelos deu talvez novo ânimo ao Benfica 2013-2014, mas não resolveu de maneira nenhuma os problemas, que, repito, se devem acima de tudo à permanência de um Jesus desgastado e fora de prazo. Os sérvios resolveram, claro, e ninguém lhes nega qualidade, mas o Benfica não pode contar apenas com eles (sobretudo se houver saídas, coisa que parece inevitável). De qualquer modo, se o balão de oxigénio tiver servido para alguma coisa, Salvio estiver em forma e Markovic apto a jogar, as esperanças em surpreender o Sporting aumentam consideravelmente. A propósito, o rapazinho que veio do Partizan continua a mostrar que é uma escolha acertada. Ainda diziam que o Benfica estaria interessado no Bruma, que até joga na mesma posição. Mas para que raio quereríamos o Bruma?
Entretanto, o sorteio para a Liga dos Campeões, em que reaparecemos no pote 1, pôs-nos de novo na rota do Paris Saint Germain, agora em versão patrocinado pelos petrodólares do Qatar. Contra Ibrahimovic, Lavezzi, Cavani e Thiago Silva, o Benfica terá um enorme desafio para evitar tantas ameaças. Pontos a favor: os emigrantes que vão sempre aos milhares dar o seu apoio, e as ridículas regras politicamente correctas, que os responsáveis do PSG resolveram estabelecer aos seus associados, e que pretendem fazer do estádio uma solene sala de ópera (um destes dias escrevo sobre isso).
Contra o Olympiacos, não faltam argumentos desportivos. Será preciso que os jogadores se abstraiam do ambiente infernal que vive sempre que o clube do Pireu joga em casa, e afastar a memória da última visita áquele estádio (que de bom só teve esta sátira). Esperança: que Roberto, recentemente transferido para o clube dos estivadores de Atenas no estranho negócio com o Atlético de Madrid, jogue e retribua alguns dos frangos que sofreu ao serviço do Benfica.
O Anderlecht é um clube de história respeitável, e o confronto que servirá para desempatar os resultados entre belgas e portugueses. Os mauves não são um adversário muito temível, nem têm uma equipa comparável com a do Benfica, mas contam com um ponta de lança sérvio muito promissor que fazia dupla com Markovic no Partizan.
Pede-se que passem à fase de eliminatórias. Num ano atribulado, já seria bom, e seria sempre um encaixe financeiro simpático. Tudo o que for para além disso é brinde.