sábado, maio 30, 2015

Palmira



Quando era pequeno, lembro-me de ter ficado espantado com a fotografia que vinha na enciclopédia geográfica da Readers Digest de um enorme conjunto de colunas que se erguiam no deserto sírio. Ao lado explicava-se que se tratava da antiga cidade de Palmira, que chegara a ser centro de um império e que afrontara as legiões romanas sob a liderança da sua mítica rainha Zenóbia.
Imaginar uma grande cidade da Antiguidade reduzida a um conjunto de colunas e edifícios arruinados rodeados de palmeiras e implantados numa terra cor de ocre tinha algo de misterioso e quase inatingível, e só podia fazer despertar a imaginação. E a imagem de Palmira nunca mais me saiu da cabeça. Muitos anos mais tarde leria outras informações sobre a cidade. E na sua série de documentários sobre o Mediterrâneo, Miguel Portas andaria por Palmira, demarcando a fronteira entre o deserto e o Mediterrâneo. Onde acabavam as oliveiras, acabava a influência mediterrânica. Para diante, estendia-se o deserto sírio.

Agora que o diabólico Daesh, ou "Estado Islâmico", se apoderou da cidade e da região envolvente (coisa que já temia há algum tempo), é de esperar outra destruição patrimonial bárbara como as que têm sido efectuadas na planície de Nínive, ao destruir toda a herança dos povos assírios, medos e babilónios que encontram, em museus ou fora deles. Surpreendentemente, os comunicados do Daesh negam, afirmando que apenas as peças figurativas serão destruídas, deixando intocado o essencial de Palmira. Mas aquilo que poderia ser uma nesga de civilização da organização que agora controla metade do território sírio é absolutamente desmentida pelas notícias da "execução" de centenas de pessoas na região, incluindo crianças, até no recinto do teatro romano. É de esperar de quem mata assim civis desta forma que poupasse as pedras? O "estado Islâmico" só se confirma como a organização mais tenebrosa das últimas décadas, mais nefasta ainda do que os nazis ou os khmers vermelhos.

Palmira era daqueles sítios mágicos que queria conhecer desde que vi as suas fotografias. Talvez ainda seja possível, quando um dia a região estiver pacificada. Mas desconfio que com o que lá se passou agora, por estes dias, vai-me faltar a vontade ou a coragem.

quinta-feira, maio 28, 2015

Outra obra espampanante para Belém



Visto.
É um espaço amplo, luminoso, com uns passadiços para se ver melhor o conjunto e uma bela vista para o Tejo e arredores. Mas para quem conhecia o antigo Museu dos Coches, fica-se com a sensação de se estar num espaço provisório, uma espécie de armazém mais cuidado, antes da colecção regressar ao seu habitat natural, ali ao lado. Isso para não falar na falta gritante de informação explicativa. À excepção do primeiro da exposição, uma carruagem do Séc. XVII, não há qualquer informação individual (nem sequer do landau onde D. Carlos e D. Luís Filipe estavam na sua fatídica última viagem, muito procurado pelo público), apenas de grupo ou de época. Em suma, os 40 milhões gastos na obra podiam ser usados em muitos outros museus com a corda na garganta. Como tantas outras vezes, preferiu-se construir de raiz em lugar de se olhar para o que já existia. Uma velha, má e dispendiosa tradição portuguesa que tarda em extinguir-se. Não é propriamente um elefante branco, mas era evitável.

Os coches a talha dourada da célebre embaixada de D. João V a Roma, que lhes valeram o título de "Fidelíssimo" e a dignidade de Patriarca ao Arcebispo de lisboa.


A meio, descoberto, o landau do Regicídio.


segunda-feira, maio 25, 2015

O lado negro do 34


Os lados negros da vitória do Benfica no outro domingo foram obviamente os casos de violência em Guimarães e em Lisboa. Vimos no primeiro caso aquele abjecto arraial de pancadaria no adepto do Benfica e na família por parte de um brutamontes cuja autoridade parece advir-lhe unicamente do cassetete, e a destruição e a pilhagem de equipamento desportivo no estádio do Vitória por claques e adeptos do Benfica, o que em nada engrandece o clube, mesmo que se tenha logo disposto a ressarcir os vimaranenses pelos prejuízos. E em Lisboa, aquelas cenas que estragaram a festa no Marquês, em que ao voo de garrafas se seguiram cargas policiais, detenções, e como consequência, o apressado fim de festa. Note-se que a garrafada começou ainda durante o hino do Benfica, o que mostra a falta de respeito para com o clube e os seus símbolos. Depois, a inevitável reacção da polícia à gangada que insistiu em transformar uma festa numa zaragata. Meço bem o que escrevo: gangada. Porque a malta que desatou a atirar pedras e garrafas mais não era do que um bando de gangues que não teve qualquer hesitação em estragar a noite às dezenas de milhares de pessoas que ali estavam a festejar com a equipe (incluindo o autor deste blogue, que estava lá e que por isso mesmo pode falar do que viu), desrespeitando o clube, a autoridade e todos quantos tiveram de se ir embora apressadamente.



O problema, evidentemente, está longe de ser dos benfiquistas. Aliás, felizmente desta vez não houve os habituais "guardiões" dos Aliados, protagonistas dos tristes acontecimentos de outras vitórias do Benfica, mas os meus correligionários conterrâneos estavam bem ocupados em Pedras Rubras a receber a equipa ou a encher a rotunda da Boavista. Já vimos portistas a invadir o relvado do estádio do vitória (precisamente) e a pilhar estabelecimentos em volta, sportinguistas a pegar fogo às bancadas da Luz, e outros desacatos de arsenalistas, vitorianos, boavisteiros, leixonenses, etc. Mas para além do clubismo, também não se pode resumir a problemas geracionais, com as habituais arengas sobre as "novas gerações sem valores", até porque alguns dos intervenientes no saque do material desportivo não eram propriamente miúdos. E menos ainda se pode atribuir apenas à "crise", como se a volúpia e o roubo circunstancial não viessem já de longe. É pensar nos motins de Londres de 2011 para nos lembrarmos de autênticas pilhagens em ambientes eufóricos. Lembro-me de ouvir relatos de naufrágios na costa portuguesa e das populações se precipitarem para levar os despojos das vítimas. Ou seja, tudo isso (clubite, fraca educação, crise) possa contribuir para estes casos, mas provavelmente talvez o problema da falta de valores seja afinal intemporal e interterritorial. Só o exemplo, a autoridade e a experiência podem combatê-los.

E entretanto, tivemos a verdadeira festa de consagração no estádio da Luz, com um público vibrante e alegre, um jogo intenso com vários golos e a homenagem aos bicampeões. Pena mesmo a lesão de Salvio, pior do que se esperava, a não entrada de Paulo Lopes e o roubo do golo de Jonas Pistolas", que lhe daria o título de melhor marcador. É a segunda jornada seguida em que anulam um golo ao Benfica, mas teremos sempre os idiotas inúteis a quererem a tudo o custo afirmar que o Benfica teve o beneplácito dos árbitros. Afirmar, não provar, bem entendido. Bom sinal: o desespero está a chegar.

terça-feira, maio 19, 2015

Trinta e quatro


E pronto. Depois de muita indefinição e nervosismo, chegou mesmo o tão aguardado bicampeonato e o ansiado 34. Com as vendas maciças do Verão e uma pré-época penosa, somados ao imenso reforço e investimentos do Porto, ninguém acreditaria que se pudesse revalidar o título. Mas conseguiu-se. Algumas contratações no fecho do defeso (Jonas e Júlio César, internacionais brasileiros e opções de curto prazo fundamentais, e Cristante, aposta para o futuro) e, há que admiti-lo, a saída precoce das competições europeias e da Taça ajudaram ao desfecho no campeonato. Mas acima de tudo, os erros dos adversários, sobretudo do patético basco que Pinto da Costa se lembrou de colocar à frente da equipa, com cujo nome todos gozam, e a experiência (que lhe permite corrigir alguns erros antigos) de Jorge Jesus, foram os grandes ingredientes que trouxeram o campeonato para a Luz. A vitória no Dragão, com um bis de Lima, e o empate ao cair do pano em Alvalade são talvez os momentos chave da época (o soporífero Benfica-Porto também ajudou). Assim, um Benfica sem grande rasgo mas com realismo e sentido prático acabou por superar todos os outros. Em Guimarães, viu-se um jogo pobre, em que os nervos visivelmente traíram os jogadores, mas a haver um vencedor, deveria ser o Benfica. Mas nem se precisou disso, graças à incompetência portista, em especial da sua defesa e do seu técnico, de tal forma que até se ajoelhou, devolvendo a piada que os portistas tanto faziam sobre Jesus naquele famigerado jogo do Kelvin (fico a pensar se aquele jogo não será uma espécie de canto do cisne da hegemonia portista).

O título está entregue e bem entregue. Apesar disso, continuamos a ouvir o mau perder do insuportável Lotopegui, um tipo que não trouxe nada ao futebol português  e desperdiçou tudo o que lhe deram, nas teses do "colinho" de uns tweets quaisquer que o FCPorto entretanto inventou (já agora, colinho é uma palavra extremamente irritante: ao menos nós usamos "fruta" ou "roubalheira", sempre é mais directo), porque o Benfica teve não sei quantos adversários expulsos (repare-se que o que conta para eles não é a justeza das expulsões, mas a estatística), embora não contem os penaltys que ficaram por marcar a nosso favor. enfim, teses dos senhores que refutam os casos Calheiros e as escutas ou para quem as estatísticas dos penaltys de Jardel (ou goleador, não o central) já não contam. Isso, claro apoiados por uma quantidade infinda de comentadores para quem a expulsão de um jogador do Arouca que derrubava Lima quando este se isolava era "mais do mesmo" e que na semana seguinte, no caso inverso, aplaudiam a decisão de expulsar Luisão. Ou da figura patética e retórica de Rui Santos, que mostrava uma "rigorosa" liga verdadeira, tentando revelar que o Benfica andava a ser beneficiado porque não sofria penaltys, omitindo incrivelmente os que não marcavam a favor das águias (e foram muitos). Tristes figuras de quem a história certamente não rezará.

O que fica é mais um campeonato, o 34º, e as imagens da festa, com alguns desacatos pelo meio. Sobre isso falarei depois. Ficam as imagens que realmente contam.


sexta-feira, maio 15, 2015

O Dnipro de Dnipropetrovsk





Não posso deixar de achar graça ao ver o inesperado Dnipro Dnipropetrovsk na final da UEFA (ou Liga Europa). um clube sem grandes estrelas, do centro de um país em guerra ou perto disso, a conseguir um feito destes, perante o bem mais apetrechado Nápoles, é digno de nota.


Da cidade de onde provém o clube, apenas sei que fica nas margens do Dniepre, mesmo no centro da Ucrânia, e que durante a URSS era uma cidade praticamente fechada, já quer um centro industrial de armamento e de invesigação nuclear e espacial, pelo que se impunha afastar qualquer ameaça de espionagem. E diz-nos a Wikipedia que lá nasceram Brejnev e Yulia Timoshenko. O dito clube local, o Dipro, actualmete o terceiro clube ucraniano, com o seu novo e espaçoso estádio, chegou a ser campeão soviético no fim dos anos oitenta. Na Taça dos Campeões, seria eliminado, com uma derrota caseira por três secos, pelo Benfica de Eriksson, que chegaria à final de Viena. É daí que vem o meu conhecimento do clube, que tem alguns bons jogadores, entre os quais o português bracarense Bruno Gama. Podem ver esse jogo de 1990 na íntegra, aqui, cortesia do Red Pass.

Agora só lhes peço uma coisa: continuem o milagre e vençam esse insuportável Sevilha na final de Varsóvia. Até é um país vizinho e tudo.

O Reino Unido (?) depois das surpreendentes eleições


Como quase todos, fiquei surpreendido com os resultados das eleições britânicas. É fácil tirar conclusões agora, mas todos apontavam para a enorme dificuldade que seria formar governo. Afinal, David Cameron permanece em Downing Street sem precisar de coligações com ninguém.

Bem vistas as coisas, as sondagens nem se enganaram por aí além nos números. Mas o sistema uninominal britânico permite coisas destas, e a distribuição de lugares saiu completamente furada, salvo talvez para o SNP e para os liberais-democratas. Por isso, algumas alusões à "falta de isenção" dos media lusos, como a de Helena Matos ao Público, é injusta e descabida. À hora de tiragem dos jornais, eram impossível saber os resultados, até porque as urnas fecharam às dez da noite. Só mesmo na manhã seguinte é que se começaram a tornar claros, e mesmo assim, só à tarde é que os conservadores confirmaram a sua maioria.

Mas a verdade é que as esperanças dos trabalhistas saíram absolutamente furadas, como já sucedera, e alguns recordaram, em 1992, quando Neil Kinnock, dado como favorito à vitória depois de 13 anos de thatcherismo, acabaria por ser derrotado por John Major. O New Labour que se lhe seguiria teria bem mais êxito. Desta vez, Cameron nem sequer precisa da muleta dos liberais -democratas, que tiveram um desaire tremendo, em votos e em lugares nos Comuns. De resto, as expectativas goradas destas eleições fizeram cair rês líderes partidários: Ed Miliband, dos trabalhistas, que tinha apostado numa viragem à esquerda (e recorde-se ascendido à liderança vencendo surpreendentemente o seu irmão David, havendo quem se pergunte agora se não escolheram o irmão errado); Nick Clegg, dos liberais-democratas, segunda figura do governo de coligação, mas cujas questões com Cameron e o síndrome de "partido menor" levaram a um péssimo resultado; e o muito mediatizado Nigel Farage, que alcançou apenas um lugar, ainda que tenha ficado em terceiro nas votações. Do outro lado, os Verdes ganharam algum alento e o SNP escocês, talvez catapultado pelo referendo de Setembro último, teve uma vitória imensa, varrendo os trabalhistas e os liberais da Escócia (os conservadores há muito que lá não são representativos). Aliás, este aparente paradoxo do sistema uninominal tem sido muito discutido: como pode um partido de 12%, como o UKIP, conquistar apenas um lugar, e o SNP, com 4,5%, arrebanhar mais de 50? A força local e em certos círculos ajuda a perceber, mas continuo a preferir o modelo proporcional e a pensar que o melhor sistema é mesmo o misto.




De resto, aqui temos David Cameron com maioria absoluta nos Comuns, dominando a Inglaterra, ao passo que os independentistas do SNP dominam a Escócia. Questões prementes dos próximos anos serão o referendo à permanência na UE (onde apesar de tudo parece-me os britânicos quererão continuar, pese a sua habitual desconfiança dos "continentais"), a economia e a diminuição de impostos, saber o que conseguirá Cameron fazer sem coligações, qual o futuro do Labour e que caminho irá tomar, assim como os liberais-democratas, e se o UKIP continua a ser o partido da moda ou se sem Farage, vai cair. E claro, se o independentismo escocês esvaziará, ou se, como parece, será uma ameaça permanente sobre o Reino Unido. 
Wait and see.

sábado, maio 09, 2015

O povo que canta: a televisão portuguesa a gostar dela própria


A RTP-2 está um portento de canal, e isso já vem de antes da mudança de direcção da estação. Séries de qualidade, documentários, programas de história, como o de Fernando Rosas (que puxa um pouco a brasa à sua sardinha, mas em compensação tem imagens fabulosas colhidas por drones), espaços de debate e informação como o já clássico Sociedade Civil, programas de desporto, religião, literatura, natureza, etc. Em suma, um autêntico serviço público televisivo que eu só espero que não alterem.


Um dos programas mais sugestivos e originais do canal, e talvez o melhor que anda por aí, é O Povo que Ainda Canta, uma espécie de braço televisivo do projecto de recolha de música tradicional A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria (o site está parado, mas tem imensas coisas dignas de ser vistas e ouvidas, e há sobretudo a página do Facebook). Sob a direcção do seu mentor, Tiago Pereira, e de um conjunto de incansáveis colaboradores, o programa corre o país de lés a lés, quais Giacomettis do século XXI (que tinha uma emissão chamado Povo que Canta, vendo-se aqui uma homenagem explícita no actual programa, e em que por acaso até são entrevistadas pessoas que tiveram contacto e que deram elementos preciosos ao célebre etnógrafo corso), gravando, filmando e entrevistando tudo quanto seja música tradicional portuguesa.


Desde o fado da Mouraria até às tradições musicais do Nordeste transmontano, das chamarritas do Faial e Pico ás concertinas e castanholas do Alto Minho (com grande destaque à romaria de são João d ´Arga e conversas com o sr. Joaquim Barreiros, de Âncora, pai do famosíssimo Quim Barreiros, e que não sabia se seria ainda vivo), passando pelos gaiteiros da região de Coimbra, os adufes da Beira Baixa, os grupos musicais da Beira interior, o fandango ribatejano, o cante alentejano, e o que ainda mais virá, é todo um país que se descobre nas suas riquíssimas e variadas facetas musicais, algumas quase desconhecidas e que poderiam estar condenadas à extinção não fosse este enorme trabalho de recolha e divulgação. Um povo que ainda canta e que se redescobre. Para ver na RTP-2, nas noites de Quinta-Feira, com repetição ao Domingo. E se perderem algum episódio, podem-no descobrir e ver aqui. Acima de tudo vejam e ouçam. É a expressão mais genuína e mais viva de Portugal que está contida nestes pequenos episódios de menos de meia hora.


quinta-feira, maio 07, 2015

A semana mais emocionante de que há memória no UK



A semana no Reino Unido não podia ser mais excitante: primeiro, o nascimento da princesa e a enorme expectativa à volta do nome (ficou Charlotte Elizabeth Diana, honrando as ancestrais); pelo meio, o Chelsea de José Mourinho a sagrar-se campeão inglês; e agora, as eleições mais confusas de que há memória, em busca da maioria impossível, com a perspectiva de poder haver outras daqui a muito pouco tempo (ou como dizia um votante, we are voting tf rthe next five years...or the next five days). Ainda vai ganhar o Raving Looney Party. God save the Kingdom.

Perderam a cabeça ou querem perder de propósito?



Dá ideia que um vento de loucura percorreu a cúpula do PSD. Quando vi o vídeo com os elogios de Pedro Passos Coelho a Dias Loureiro, em Aguiar da Beira, pareceu-me um acesso de estupidez dificilmente ultrapassável. Quem é que dispararia um tiro de canhão no pé daqueles? Paulo Portas devia estar a trepar pelas paredes.
Com a publicação da biografia política de Passos, a desenterrar o caso "irrevogável" e a fazer o possível por deixar Portas mal na fotografia, uma escassa semana depois da oficialização da coligação PSD-CDS, a suspeita passa a ser a de loucura total. Ou é uma brincadeira de muito mau gosto no pior timing possível, ou é propositado, e nesse caso há que saber as razões. Não falamos de um movimento com aspirações à representação parlamentar: é a coligação dos dois partidos que estão no poder a ser posta em causa pelo actual primeiro-ministro.


Como diz um dirigente do CDS, "só se for para garantir que a coligação está coesa e motivada". Ou, como se sussurra, parece que querem perder as eleições. Pelo menos parecem fazer tudo para isso, sem grandes camuflagens. Se fosse de propósito, não fariam melhor Como é que se pode confiar num chefe de governo assim?

sexta-feira, maio 01, 2015

Jota de João


Fiquei há pouco a saber que morreu o meu homónimo mais conhecido, o célebre J. Pimenta, o "pato-bravo" mais representativo, que expandiu consideravelmente os arredores de Lisboa para o suburbanismo que se verifica hoje em dia. Mas num tempo em que tudo se sabe sobre a vida dos outros, não deixa de ser reconfortante ler que "boa parte dos portugueses ignora a vida de João Pimenta". Paz à sua alma.