segunda-feira, agosto 31, 2015

We´ll always have Astúrias beaches








E o solo sagrado de Covadonga também, por isso um dia lá iremos

segunda-feira, agosto 17, 2015

O Verão na Beira interior



Andar pela Beira interior em pleno Agosto pode ser uma proposta interessante. Se for para trabalho rural, na terra, literalmente, mais ainda. O trabalho no campo não tira férias, há que limpar terrenos, regar culturas e em Setembro é tempo de colheitas. Tudo nas horas em que o calor aperta menos, ou seja, entre o meio da manhã e o meio da tarde o sol dá menos tréguas. Pelo meio, vê-se o fenómeno dos emigrantes de volta à terra, as festas populares, a animação cultural proporcionada pelos municípios, e testemunha-se, mesmo que à distância, o grande flagelo do Verão: os incêndios.
E claro, é também um oportunidade de conhecer vilas e aldeias da raia, normalmente fortificadas, muitas com o sufixo "castelo" no nome (Castelo Rodrigo, Castelo Mendo, Castelo Bom, Castelo Melhor), que depois de décadas ou séculos de decadência, estão de novo reavivadas com o turismo e com algumas formas de comércio. A antiquíssima Trancoso, terra do Bandarra, a isolada Pinhel, ("guarda-mor de Portugal", cidade desde o século XVIII e antiga diocese), essa extensa fortificação que é Almeida, Sortelha saída da rocha, o Sabugal, o seu castelo das cinco quinas, as suas capeias arraianas, que têm lugar nesta altura nas aldeias do concelho, e a serra da Malcata, a vigia dos Castelos de Celorico e de Linhares, a fortíssima Sé da Guarda, a dominar a cidade, rodeada por casas nobres, torreões, a judiaria e a taberna do Benfica, as velhas aldeias fortificadas entre a Guarda e Vilar Formoso, Castelo Rodrigo, a pequena Ávila, lá em cima do distrito e do monte que coroa, com as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura como se de um chapéu se tratasse, e antes, a aldeia abandonada do Colmeal, cujos habitantes foram despejados num dos mais insólitos casos judiciais, onde agora se constrói um "countryside hotel". Sim, isso tudo e muito mais é a Beira Alta, e só no distrito da Guarda. E ao lado ainda há Espanha e a muitas vezes esquecida mas muito recomendável Ciudad Rodrigo. São os "meses de inferno", mas suportam-se mais do que os meses de Inverno.





domingo, agosto 16, 2015

Recordações da política vilarrealense numa semana amarga





As confusões com a campanha do PS custaram a cabeça ao responsável pela mesma, Ascenso Simões. Por coincidência, outro acontecimento, também nos últimos dias, levou-me a recordar os primórdios da carreira política do ex-Secretário de Estado de António Costa.


Nas autárquicas de 1993 (em que o actual líder socialista concorreu à câmara de Loures, sem êxito, com a célebre campanha do burro e do Ferrari), o jovem Ascenso era a aposta do PS para a conquista da câmara de Vila Real, dominada pelo PSD e cujo único presidente desde os anos setenta, Armando Moreira, se retirava. Pelo partido dominante apresentou-se o vereador Manuel Martins, tido como titubeante e pouco popular. Previa-se um combate renhido entre o candidato inexperiente e o homem do PSD. Lembro-me de ver Ascenso, numa tarde de chuva, com uma mini-comitiva atrás, de cabelo cuidadosamente penteado com gel e pesados óculos a entrar no estabelecimento semi-rural onde a minha família se abastecia, com ar simpático mas rígido, claramente pouco à vontade com a função.
Apesar disso, e dado o candidato laranja também não estar à vontade, acreditou-se que o PS conseguiria mesmo roubar aquele bastião laranja, até porque o CDS apresentava uma boa candidatura e tinha as suas ambições. Até António Guterres se deslocou a Vila Real para ajudar o candidato, que acabou o comício com lágrimas de emoção. No fim, o PSD manteve a câmara por uma unha negra, o PS contentou-se em dividir os vereadores com a maioria e o CDS conquistou apenas um lugar na vereação, ficando como fiel da balança (seria a última vez, até hoje, a conquistarem um lugar no executivo local).
Manuel Martins revelar-se-ia um muito razoável presidente da câmara, lançando obras de vulto, como o teatro, uma rede de museus e o parque fluvial, e moderando um pouco o caos urbanístico de que Vila Real sofria - e ainda sofre. Nas autárquicas seguintes, reeditou-se o combate entre Martins e Ascenso, mas o autarca em funções venceria sem dificuldades, arrasando o CDS e tirando votos ao PS. Depois, a história é conhecida: Ascenso tornou-se líder do PS vilarrealense, passou pelo parlamento e chegou ao Governo de José Sócrates tendo António Costa como ministro, até à saída deste para a CM de Lisboa (ficaram célebres as pancadas amigáveis que o transmontano desferiu sobre Costa, com a emoção, na tomada de posse). Tornou-se uma figura respeitada e ouvida nos órgãos nacionais do partido, de tal forma que o escolheram para coordenador geral da campanha eleitoral que se avizinha. Manuel Martins permaneceu na câmara de Vila Real durante vinte anos, até 2013, em que não se recandidatou por atingir o limite de mandatos. O PS aproveitou e conseguiu por fim conquistar um município que havia quase quarenta anos estava nas mãos do PSD, pelas mãos de Rui Santos.


Lembrei-me dos dois antigos adversários por causa da semana nefasta que os apanhou. Ascenso Simões teve de se demitir do cargo de coordenador da campanha depois dos imensos casos que surgiram, com destaque nas pessoas que apareceram nos outdoors sem terem dado autorização. A sua carreira, que indicava até que seria "ministeriável", sofreu agora um rombo enorme. Mas pode não ser o seu fim. Pior só mesmo Manuel Martins, que morreu subitamente a meio da semana, com apenas 73 anos, quando se encontrava de férias. Ninguém poderia adivinhar que tantos anos depois os dois antigos adversários de Vila Real seriam notícia na mesma semana por tão más razões.

terça-feira, agosto 04, 2015

O(s) meu(s) primeiro(s) encontro(s) com a Volta a Portugal


Dois dias seguidos, dois encontros com a Volta a Portugal em Bicicleta em locais absolutamente distintos (Vila Real, a caminho do Alvão, e Caminha, na marginal, onde já não deviam passar desde os anos 80, segundo dizem), e acima de tudo sem contar com isso. Vale a pena dizer que nunca antes tinha visto a Volta à minha frente. Não há fome que não dê em fartura.