quinta-feira, janeiro 29, 2015

Kobani, a Estalinegrado dos jihadistas



Entre a informação sobre as eleições da Grécia, as derrotas de Benfica e Porto, o recrudescimento dos combates na Ucrânia, etc, quase passámos ao lado de uma das notícias mais relevantes dos últimos dias: a libertação da cidade de Kobani de combatentes jihadistas. Há meses que a cidade estava parcialmente ocupada pelas forças do Daesh, numa luta encarniçada rua a rua entre estas e os peshmergas curdos, auxiliados por alguns voluntários e pelos constantes bombardeamentos da aviação americana e árabe. As milícias do ISIS, mais conhecido como "Estado Islâmico", sofrem assim a primeira grande derrota desde que se apresentaram ao mundo ocupando vastas áreas do Iraque e da Síria, num cortejo de horrores de uma absoluta crueldade, num verdadeiro etnocídio para formar um estado livre dos "infiéis" cristão assírios, yazidis  e outros que viviam naquela região há séculos, transformando a Mesopotâmia e a região da antiga Nínive num caldo de ferocidade. Perderam perto de 1200 efectivos e sofreram um desaire que lhes poderá custar alguma popularidade entre os seguidores recém convertidos e doutrinados na jihad que se lhes juntam diariamente, embriagados com as AK-47 e com o avanço até agora imparável. É certo que toda a região envolvente, que bordeja a fronteira da Turquia, está ainda ocupada pelas milícias jihadistas, mas a libertação de Kobani, depois de meses de luta casa a casa, entre escombros e snipers,  pode ser a Estalinegrado desta guerra contra uma das maiores ameaças do mundo actual. Em Kobani começa, esperemos, a lenta mas progressiva libertação daquela parte do Crescente Fértil, que há demasiado tempo é notícia pelas razões mais infames.
 

terça-feira, janeiro 27, 2015

Tempos interessantes esperam a Grécia




A vitória do Syriza na Grécia, no limiar da maioria absoluta, terá as suas virtudes, mas para quem como eu não se revê minimamente naquele partido que agrupa diversas formações de esquerda radical, a menor de todas não será o fim do domínio da política grega pelos clãs familiares que há décadas fazem dela a sua propriedade - os Papandreou, Karamanlis, Mitsotakis, etc. Ou talvez não, porque estas famílias já existiam antes da junta dos coronéis e renasceram com o regresso da democracia.
Outras vantagens: Tsipras e o seu Syriza terão oportunidade de demonstrar que há alternativas para além das políticas actuais, o que levará forçosamente a algumas mudanças de rumo. Ou então mostram que não passam de meros populistas e o Syriza será a vacina contra as formações populistas que ganharam novas esperanças com este resultado. Seja como for, o futuro da Grécia é perfeitamente imprevisível. E não se pode deixar de reparar na rapidez com o novo governo se formou e tomou pose, ainda que se estranhe a aliança com um partido de direita (embora Tsipras nem pudesse colocar gravata ao menos na cerimónia de empossamento. Nem imagino o que dirá João Carlos Espada).

Entretanto, a derrotada Nova Democracia teve um apesar de tudo honroso resultado de perto de 30%, ainda que muito longe dos que alcançava antigamente, mesmo na oposição. O PASOK o outro grande partido grego, ficou-se por uns irrisórios números abaixo de 5%. E Papandreou, com o seu novo partido da mesma área, nem conseguiu votos para ser eleito deputado.
Entretanto, os neonazis do Aurora Dourada, mesmo com o líder preso, ficou em terceiro, e os neoestalinistas do KKE aguentaram-se acima do PASOK. Tanto externa como internamente, a vida política na Grécia a médio prazo promete ser interessante. Espera-se que os gregos não sofram mais à conta disso.

sábado, janeiro 24, 2015

Uma mensagem para Bernardo



E aqui, Pedro Adão e Silva explica, num belo manifesto, porque é que a venda de Bernardo Silva ao Monaco custou tanto aos benfiquistas, apesar dos quase 16 milhões de euros e de ser um projecto de jogador.

sexta-feira, janeiro 23, 2015

O princípio do fim de Kirchner?



Noutra república, mais a oeste, o caso do momento não é a liberdade de expressão, embora também tenha a ver com terrorismo.


O atentado de 1994 em Buenos Aires contra o edifício onde funcionava a Associação Mutual Israelita Argentina já tinha vindo à baila há pouco tempo, na altura do Mundial do Brasil, que coincidiu com os vinte anos da acção terrorista que matou 84 pessoas e feriu mais de duzentas, além de destruir totalmente o edifício. Inquéritos posteriores levaram à pista iraniana, e a justiça argentina acabou por acusar o regime iraniano de planificação e autoria moral do atentado, que teria sido executado por membros do Hezbollah, o movimento político e militar libanês que funciona como "braço" do Irão naquele país. Em 1992 já tinha havido um atentado contra a embaixada israelita em Buenos Aires, reivindicada pelo Hezbollah.



Há dias, Alberto Nigran, o procurador argentino responsável pela investigação do atentado de 1994, revelou que o governo de Cristina Kirchner tinha encoberto as investigações (e permitido que o próprio Irão tivesse parte relevante em novo inquérito) e contactado directamente os acusados para facilitar a venda de petróleo iraniano. Revelações mais detalhadas seriam prestadas pelo magistrado no congresso argentino, mas na véspera da audição morreu no seu apartamento, oficialmente vítima de "suicídio". Isso sem que houvesse qualquer intenção de se matar, nem uma nota explicativa, e em que as pistas já apuradas também não conferem. E tendo em conta que se apresentava para revelações graves e pormenorizadas visando a própria presidência, o caso toma foros de escândalo. Poucos negam que a morte seja altamente suspeita, e ninguém acredita que tenha sido suicídio. A própria Cristina Kirchner mostrou-se convencida disso, para depois o negar.


O caso lembra-me outras duas situações de tempos passados: o caso Irão-Contras, por causa do envolvimento iraniano e na suposta negociação subterrânea, em que altos responsáveis norte-americanos venderam armas ao Irão para financiar os Contras da Nicarágua, já depois da crise dos reféns na república islâmica (ou até durante a prisão dos reféns, já que há quem aponte a morte de Amoro da Costa e Sá Carneiro como resultantes do conhecimento que o então ministro da defesa tivera do negócio). E também o caso da tentativa de assassínio de Carlos Lacerda, em 1954, que levaria à prisão de elementos da guarda pessoal de Getúlio Vargas, à tentativa de derrubar o presidente brasileiro e que culminou com o suicídio deste, a 24 de Agosto de 1954 - o dia 24 de Agosto parece carregar desastres sem fim, como a Matança de S. Bartolomeu e a erupção do Vesúvio que arrasou Pompeia, para além de ser o dia em que nasceu este vosso criado. Vem-me à cabeça por ser um caso de assassínio que implica o chefe de estado, ou membros próximos dele. Mas posso estar a ser influenciado por ter lido há pouco o livro Agosto, de Rubem Fonseca, que relata exactamente os acontecimentos que levaram ao suicídio de Getúlio, e pelo filme recente do mesmo nome, com Tony Ramos no papel do velho presidente.
Certo é que se me parece improvável - e indesejável - que Kirchner se suicide, mas não me parece nada implausível que sofra uma pressão tal ou que este acto inspire um movimento de indignação tal que a leve a deixar a presidência, ou quando dela sair, a deixar definitivamente a sua carreira política. Até porque a situação económica não ajuda. Um caso tão grave e misterioso como este era tudo o que Kirchner, salvo se for extremamente estúpida, não desejaria.

terça-feira, janeiro 20, 2015

Contradições republicanas



Depois das "manifestações republicanas" em França, em que todos "foram Charlie", vários foram os reparos ao repentino amor que a França a o regime republicano começaram a demonstrar pela liberdade de expressão, como se fosse um dado adquirido desde tempos imemoriais. No entanto, e tal como em todos os outros países, a liberdade de expressão francesa é em muitos aspectos mais letra morta do que outra coisa.

De notar, desde logo, que se ouviu por mais do que uma vez que "o terrorismo é contrário aos valores da república". Não deixa de ser irónico, já que a palavra "terrorismo" tem a sua origem no Terror que emergiu com a Revolução Francesa e a 1ª República francesa, o bordão "Liberté, egalité, fraternité", o barrete frígio, etc. Um terrorismo de estado, neste caso, que levou milhares para a guilhotina por não serem reconhecidos pelos tribunais revolucionários como "bons cidadãos". Pergunto-me se muitos dos que exaltam a Revolução Francesa contra a inquisição pensarão bem nisto.

A verdade é que há opiniões que em França são consideradas crime. A negação do Holocausto, por exemplo, já levou alguns negacionistas para a prisão, o que significa que não há liberdade para se negar ou omitir o Holocausto. Da mesma forma, a negação do Genocídio Arménio passou a ser crime no hexágono há poucos anos (há quem diga que estas leis são influência das importantes comunidades judias e arménias de França e do seu peso político e social, e porque não, eleitoral).

Já na Turquia, cujo modelo republicano é em grande parte copiado do de França (embora nos últimos anos Erdogan o esteja a modificar, sobretudo no que toca ao laicismo até há pouco característico do regime), há curiosamente uma lei em sentido contrário: é crime declarar-se que existiu um genocídio do povo arménio - pelos turcos, evidentemente. Os valores republicanos chocam de frente na mesma questão.

Ou seja, pode-se proclamar a liberdade de expressão aos quatro ventos e declará-la como "valor republicano", mas a realidade mostra-nos que também nas repúblicas, e em boa medida na republicana França, há um real condicionamento, por muito imbecil que seja a negação de massacres e genocídios que não deixam a menor dúvida. Mas não é mesmo a liberdade de expressão a possibilidade de ofender e dizer disparates sem se temer ir parar à prisão? Être Charlie é afinal uma moda passageira, ou então o reconhecimento do exercício de liberdade de expressão para apenas alguns assuntos.

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Onze



A Ágora tem o prazer de anunciar que chegou à sua primeira capicua: onze anos. Será difícil chegar a outras, mas esta já ninguém nos tira.


Onze é um número estranho. Representa o número da unidade, mas como é duplicado, torna-se ambíguo ou mesmo mentiroso. É o primeiro depois da dezena, é a primeira capicua como disse em cima, e a sua estranheza dever-se-à também a vir depois do número redondo dez. É o número da ressaca depois do festejo da dezena.

E depois desta filosofia digna de gabinetes de auto-ajuda, e não querendo repetir os discursos de outros aniversários, deixo apenas imagens do dia. De como é atravessar a serra do Marão num dia como o de hoje.
 



quinta-feira, janeiro 15, 2015

Uma selfie no relvado



Há jogadores que parecem feitos de encomenda para o clube que representam, e mais ainda, para a cidade defendida por esse clube e para os seus símbolos. Francesco Totti joga na AS Roma há mais de vinte anos. Aí por 2000, altura em que os clubes da capital romperam brevemente o domínio nortenho do futebol italiano, a Roma veio jogar ao Bessa com o Boavista, também a atravessar uma época memorável. A squadra romana era fortíssima, e caiu alguma decepção sobre o público quando se soube que Batistuta, o inesquecível artilheiro argentino, então na Roma, falhava o jogo por lesão. Mesmo assim, os romanos ganharam (ajudados por uma das piores arbitragens que tenho visto, é certo) e seguiriam em frente na competição da UEFA. À saída, vi passar duas das principais figuras do clube: o todo-respeitado treinador Fabio Capello e o capitão e estrela da equipa Francesco Totti, a quem pedi um autógrafo, que me rabiscou quase sem me olhar, como um deus do Olimpo passeando entre vis mortais.

Passados estes anos todos, muitos jogadores despontaram nas arenas e delas desapareceram, vários clubes se sucederam na domínio da competição e as equipas italianas estão longe dos seus melhores anos, mas Totti, com quase 40, continua a ser o capitão e estrela indiscutível da "sua" Roma. Mesmo num país onde a longevidade dos jogadores e a fidelidade ao símbolo é normal, não deixa de impressionar. Totti teve a possibilidade de ir para outros clubes, como o Real Madrid, mas nunca abandonou a casa mãe, mesmo que isso lhe desse poucos títulos (embora também os tenha, e não são menores: pelo meio ganhou uma Bola de Ouro de melhor marcador da Europa e sagrou-se campeão do Mundo em 2006, com a selecção italiana). Identifica-se com a Roma e com Roma, com o seu histrionismo em jogo, o seu catolicismo e, porque não, a sua antiguidade.

Este fim de semana marcou os dois golos da equipa no sempre quente derby contra a rivalíssima Lazio, no Olímpico da capital, que acabou empatado. No momento de festejar um deles, comemorou com um dos actos mais universais da actualidade efémera: tirou uma selfie, que registou a sua pose gozona e a claque em fundo, que com toda a certeza, o aclamava. Gestos só permitidos à rara estirpe dos que, mais do que talentosos, são símbolos vivos do jogo e dos seus clubes




terça-feira, janeiro 13, 2015

À margem do massacre de Paris, outros massacres há




As manifestações em toda a França, e em particular em Paris, foram impressionantes, é verdade. A união daquela quantidade de chefes de estado, das famílias das vítimas (e dos sobreviventes) e de toda a massa popular que seguia atrás é reveladora, e a cerimónia na sinagoga tocante, e um bom sinal para os próximos tempos. Mas parece-me que funcionou mais como escape emocional e símbolo do que como acção de real eficácia (e com a tecla da "república" a ser sempre exageradamente repisada, mas disso falarei mais tarde). Aquilo confortou o mundo ocidental, mas não persuadiu certamente os jihadistas de tentarem futuras acções, nem terá demovido os que os apoiam.

Houve outras reacções, menos noticiadas e mais significativas. A da condenação dos atentados por movimentos como o Hezbollah e mais ainda pelo Hamas, por exemplo (e como algumas reservas, pelo Irão, num progresso assinalável desde a Fatwa lançada a Salman Rushdie, precursora deste tipo de violência reactiva e punitiva). Talvez signifique alguma abertura politica e de espírito, já agora, por parte desses movimentos, mas só o futuro o dirá.

E enquanto no hexágono milhões saíam à rua contra o terrorismo e em defesa da liberdade de expressão, na Nigéria morriam centenas de pessoas às mãos do  Boko Haram, o "estado islâmico" da África central, com recurso a crianças bombistas suicidas. Parece impressionante como naquele país os horrores se sucedem sem que nada ou quase nada seja feito para os travar. Morreram quase cem vezes mais pessoas do que em França, e no entanto ninguém marchou por elas. Como se um morador de uma cubata em aldeias no meio de África fosse um ser menos valioso. E por muito que as acções da França no Mali contra os jihadistas sejam louváveis e necessárias, fica-se a pensar se não terão intervindo mais para proteger os manuscritos de Timbuktu do que os povos locais. Defender a cultura e o património é fulcral, mas defender as pessoas é ainda mais. Há demasiadas zonas no mundo onde os crimes da semana passada de Paris se fazem sentir diariamente. Perguntem a tantos nigerianos, malianos, paquistaneses, filipinos, povos da Mesopotâmia...Não há apenas um "Estado Islâmico", há vários, na Sahel, na Somália ou no sul das Filipinas - onde por acaso o Papa está a chegar. Convinha prestar-lhes alguma atenção. e pensar que o sofrimento que impõem nessas paragens pode muito bem espalhar-se como uma epidemia.

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Depois do massacre


Dizia eu no último post que nada tinha mudado e é-se surpreendido com a notícia da matança brutal dos desenhadores e redacção do Charlie Hebdo. A primeira reacção é de choque e raiva, evidentemente, mais um acto de barbárie dos islamitas, era preciso era agarrá-los e dar cabo deles todos... Mais a frio, permanece um pouco o choque e o medo, mas as ideias já se cruzam com mais sentido.

Um tal atentado, por muito que possa chocar, não é exactamente surpreendente. Há muito que havia ameaças em França, um país onde não faltam radicais islâmicos (é dar uma volta por certos bairros de Marselha, por exemplo). O jornal satírico era um alvo evidente e já com ameaças -  numa das últimas edições houve uma estranha premonição sobre isso - e há muito que se falava do que poderia acontecer com o regresso de combatentes originários da Europa provenientes da Síria e do Iraque e do dito califado que ali montaram. A resposta está dada: alguns desses combatentes desmobilizados, com a experiência militar que adquiriram, são extremamente perigosos e não hesitam em eliminar o objecto dos seus ódios.

Mais do que o atentado em si, surpreende por ter sido realizado à luz do dia, em plena Paris, perto da Bastilha (e ironicamente, quase ao lado do Boulevard Voltaire, sempre citado em questões de liberdade de expressão), por três indivíduos que não disfarçaram de qualquer forma ao que iam, gritaram a plenos pulmões os seus gritos de ordem e ainda mataram um pobre polícia já ferido a sangue frio.

Já quase tudo se disse, entretanto. Que é um ataque à liberdade de expressão (e à Vida, ainda mais) e aos valores do ocidente democrático. Que se trata da mais hedionda barbárie e intolerância. E que o terrorismo não pode instalar a censura e que ninguém se pode calar. Por causa disso mesmo, milhares de pessoas se têm manifestado nas ruas ou organizado vigílias, e nos jornais de todo o mundo e nas redes sociais aparece, sob fundo negro, a frase já quase icónico Je suis Charlie. E referiu-se mesmo a ligação que o decano do jornal, Georges Wolinsky, tinha com o Porto, onde vinha amiúde e onde era membro do júri do Porto Cartoon.

Ora precisamente, não é necessário "être Charlie" para repudiar estes assassínios bárbaros. Do jornal apenas conhecia algumas caricaturas, algumas que me fizeram sorrir e outras que achei detestáveis. Sim, acho que faziam demasiado enfoque nas religiões e eram por vezes ofensivos, insultuosos, achincalhantes. Em qualquer sociedade libre, existe discórdia, tensão, provocação. Algo completamente diferente de achar que deviam ser calados, ainda por cima pela força das armas. Mas, por muito que compreenda as manifestações de pesar e repúdio por este acto terrorista, não posso deixar de pensar que outros atentados, mais graves, não levantaram a comoção que este teve. Talvez por se tratar de uma publicação conhecida e temerária, ou por serem rostos conhecidos. Mas apostaria mais que a razão é por ser na Europa, e logo em Paris. Será o mundo inteiro que está comovido, ou apenas o ocidental? E remeto para este texto, já com uns anos, mas perfeitamente actual, em que relembrei o síndrome Luisinha Carneiro (outra excelente criação de Eça): quando houve o massacre de bombaim, que causou dezenas de mortos e o pânico naquela grande cidade, quantas "acções de comoção" houve na Europa? A distância, sempre a distância, a ditar a nossa indiferença e os nosso sentimentos.

Quanto aos assassinos, que queriam "vingar Maomé", talvez o tenham feito temporariamente. Mas terão conseguido sobretudo assinar a própria sentença de morte, alertar a Europa para os retornados das guerras do "califado", fazer surgir muitos mais Charlie Hebdos e dar mais uns milhares de votos à Frente Nacional.

terça-feira, janeiro 06, 2015

O primeiro de 2015


E é no Dia de Reis que a Ágora regressa e se estreia em 2015. Nestes poucos dias do ano, pouco aconteceu de diferente: o governo continua impopular, Mário Soares continua a dizer enormidades e o Benfica continua a ganhar com seis pontos de avanço. Nada de novo, portanto. E no entanto, 2015 tem de ser algo de realmente novo,  de diferença, de mudança, e não me refiro necessariamente a eleições. Falo por mim e por muitos. Todos precisamos.