terça-feira, março 31, 2015

Périplo por Espanha


Aqui ao nosso lado há uma imensa terra, tão fabulosa como diversa. Espanha é o único país com que temos fronteira, e no entanto nem sempre aproveitamos essa porta aberta (sobretudo desde 1986). Há anos que olho para os mapas do país vizinho, fazendo itinerários, organizando jornadas e excursões mentais, listando locais, fazendo contas. Mesmo a Galiza, a região que conheço melhor, ainda me reserva muitas surpresas. Se pudesse, faria umas quinze viagens em Espanha, todas diferentes, e muito ficaria por ver. De quando em quando, lá consigo fazer uma. E há dias percorri uns bons quilómetros, passando em todas as regiões do Norte do país, excepção feita à Catalunha e à costa cantábrica e Astúrias.

Estrada sempre a direito na Tierra de Campos, entre Benavente e Palência, a parte verde do imenso planalto castelhano.



Depois de largas centenas de quilómetros por estrada, com paragem em Logrono, para experimentar os vinhos da Rioja, o objectivo da nossa viagem: o viaduto da futura autoestrada que ligará a Navarra a Jaca, sempre com os Pirenéus ao lado, e que passará sobre as águas da albufeira de Yesa. O terreno ainda está enxuto, mas por pouco tempo. A obra é da autoria de engenheiros espanhóis e portugueses, entre os quais o que me convenceu a ver a nova via naquela paisagem singular. 



A pequena aldeia de Sigués ficará separada da albufeira por um dique. Todo o terreno que vemos em primeiro plano será submerso. O que quer dizer que Sigués acabará comprimida entre a água vedada e a montanha atrás, cortada por um estreito vale.


Mais atrás, ou mais para montante, a paisagem em Salvatierra de Escat, nome meio castelhano meio aragonês (suponho eu), já em plenos Pirenéus.


Voltando para oeste, contornando á Álava e Burgos (onde não houve tempo para parar, com pena minha, para finalmente apanhar a catedral aberta, coisa que me escapou noutras ocasiões), regresso a Castela, ou mais precisamente a Léon, com a sua altaneira catedral no centro da cidade, entre o casco histórico e outros monumento com as memórias do antigo reino leonês.
 
 
Como a Basílica de Santo Isidoro, onde está enterrado o próprio Santo Isidoro de Sevilha, arcebispo de Sevilha na época do reino visigodo reconhecido como Doutor da Igreja, além de vários reis de Leão, no respectivo panteão. Ali tiveram lugar as Cortes de Leão de 1188, que incluiu representantes populares e da burguesia, menos conhecidas que a Magna Carta, mas igualmente precursoras do que seria o modelo parlamentar e a defesa de direitos fundamentais.


 
Mais recente mas não menos admirável, a Casa Botines, da autoria de Gaudi, projectada para ser um palacete residencial, mas que se tornaria na sede bancária da Caja España. Note-se à esquerda, em baixo, a estátua ao arquitecto catalão sentado no banco, desenhando o edifício. A meio da imagem, uma barraquinha de propaganda da Union del Pueblo Leonés, um partido regional cujo objectivo maior é formar uma região autónoma separada de Castela, correspondente ao antigo Reino de Leão.




Pormenor do frontão sobre a entrada, com S. Jorge a trespassar o dragão.
 
                        Dia de mercado em frente ao Ayuntamiento, na Plaza Mayor de León.
 
 
Mais a oeste, no meio do planalto leonês e da Maragateria, a antiquíssima Astorga, pequena cidade com uma imponente catedral, construída sobre a sua antecessora medieval. Importante cruzamento na época dos romanos (como comprovam os marcos no Gerês, que indicavam as distâncias entre Bracara Augusta e Astúrica Augusta), recuperou importância na Idade Média com o Caminho de Santiago. Aqui morreu o Conde D. Henrique, pai do fundador. A catedral tem traços arquitectónicos até Séc. XVII, visíveis nas torres. O templo impõe-se sobre a cidade, mais ainda pelo facto de em frente quase não haver praça.
 
 
Ao lado, outro das raras construções de Gaudi fora da Catalunha: o palácio episcopal, hoje Museu dos Caminhos de Santiago, um edifício de contos de fadas, ainda sem as linhas curvas que caracterizariam a obra do genial catalão.


O conjunto da Catedral-palácio episcopal




Descendo El Bierzo, para baixo de Ponferrada, e já a caminho da Galiza, Las Médulas. Aquilo que parece uma gigantesca termiteira era na realidade a maior mina de ouro do Império Romano. Uma montanha esventrada que assim ficou, até aos nossos dias, mostrando uma paisagem alucinante no meio dos montes e do verde.

Eleições

 
Este ano tem sido (e vai continuar a ser) fértil em eleições. Uma espécie de tournée eleitoral, que para em quase todos os países ou nalgumas dependências. E nas últimas semanas temos tido um movimento eleitoral bastante intenso. Ficam aqui as modestas opiniões deste vosso servo.

- Israel: quando se pensava que Netanyahu seria enfim apeado da chefia do governo israelita pela União Sionista, coligação entre o outrora dominante Partido Trabalhista e a ex-Likud, ex-Kadima e ex-primeira-ministra Tzipi Livni, eis que resiste e mantém a liderança. O governo vai previsivelmente radicalizar-se e afastar ainda mais a possibilidade de haver dois estados. Os que continuamente se manifestam a favor de Gaza devem estimar bem os seus panfletos, porque previsivelmente vão precisar deles.

- Andaluzia: pode estar soterrado em casos de corrupção, desgastado por décadas de poder e ameaçado por novas formações, mas o PSOE resiste sempre e confirma a sua hegemonia na Andaluzia. Voltou a ser o partido mais votado e formará novo governo regional. O PP, que até tinha ficado em primeiro na eleição anterior (mas não tinha ganho o governo por não ter maioria, vítima da aliança maioritária PSOE-IU) desce em flecha, mas fica em segundo. O Podemos, a mediática esquerda radical camuflada, tem uma boa votação, mas nada do que as sondagens lhe andam a augurar.O Cidadanos, em rápida ascensão fora da Catalunha, alcança também um resultado muito interessante, e provavelmente será o parceiro mais apetecível pelo PSOE. A Izquierda Unida, que em tempos alcançou votações muito altas nesta região, cai para valores pouco relevantes

- França: A Frente Nacional alcançou um resultado robusto, mas nada do que chegaram a prever, e com a concentração de votos na 2ª volta nos partidos tradicionais, acabou por não conquistar nenhum departamento. A Frente de Esquerda teve resultados modestos, o PCF ainda mais (embora tenha mantido uns últimos redutos), e o PSF de Hollande e Valls sofreu uma autêntica razia. Triunfa a "direita republicana "UMP e os seus aliados, com o regressado Sarkozy a atirar-se aos socialistas, já a espreitar a oportunidade para se recandidatar com êxito ao Eliseu.

- Madeira: um pouco à imagem do PSOE na Andaluzia, o PSD resiste ao desgaste, à corrupção, à dívida sem fim e à retirada de Alberto João Jardim e permanece no poder, com maioria absoluta (que entretanto se confirmou, depois de confusões na contagem de votos e de declarações equívocas tanto do PSD como da CDU). O CDS mantém-se em segundo, mas baixa na votação e falha a entrada num governo de coligação. O novo movimento Junto Pelo Povo, de Santa Cruz, obtém um surpreendente quarto lugar. A CDU e o BE (que tinha alguma tradição no tempo da UDP e que desaparecera na última eleição) obtêm votações interessantes, e a Nova Democracia mantém-se à justa. O PS, desta vez em coligação com o PTP de José Coelho, o MPT e o PAN, consegue a proeza de ficar com os mesmos lugares e a mesma votação das últimas eleições, que já tinham sido desastrosas. Em suma, o PS da Madeira continua mergulhado no ridículo, e assim não admira que o PSD continue a ganhar com larga vantagem. mesmo se menor.

- Nigéria: não estou muito por dentro do assunto, mas tanto quanto sei, não houve medidas mais duras para rechaçar o Boko Haram por razões eleitoralistas, pelo que ganhe quem ganhar, não deverá ser grande peça nem trazer grandes melhorias às populações do Norte do país.

Mas as eleições seguem já a seguir. Em Maio, mais uma renhida disputa na democracia parlamentar mais antiga do Mundo, para saber quem irá morar em Downing Street e quantos votos vale o movimento de Mr. Farage.

quinta-feira, março 26, 2015

Orpheu, cem anos depois




Há cem anos surgia a revista literária que deixaria a já de si caótica 1ª República em estado de ebulição. O Orpheu surgiu com estrondo e desapareceu como um meteoro, com apenas dois números, suficientes, no entanto, para mostrar ao país a mais brilhante geração artística e literária daquele século que ainda estava no início. Por entre os ecos da Grande Guerra, em que Portugal ainda não se tinha envolvido, a "ditabranda" de Pimenta de Castro e o regresso ao poder dos "demagogos" republicanos, a Orpheu revelou o inclassificável Fernando Pessoa, na companhia de Caeiro, Reis e Campos, o genial Almada Negreiros, o efémero Santa-Rita Pintor, o derrotista Mário de Sá Carneiro, o autêntico louco Ângelo de Lima, e ainda Luís de Montalvor, José Pacheko, Alfredo Pedro Guisado, etc. O modernismo e o futurismo em Portugal sairiam desta revista e dos génios de todos estes artistas. Se a publicação duraria apenas mais um número, a sua influência perduraria pelas décadas fora, e alguns dos nomes que a compunham mais ainda.


Não deixa de ser curioso que exactamente cem anos depois desapareça Herberto Hélder, considerado o nome maior (ao lado de sophia, é certo) da poesia portuguesa desde o Orpheu, e particularmente, desde Pessoa.


Leia-se, já agora, este artigo de António Valdemar, no Público, que menciona as discordâncias políticas no seio do Orpheu e o conflito que surgiu a propósito da célebre "fuga" de Afonso Costa de um eléctrico, (ao ouvir um estampido, julgando que era um atentado contra ele próprio)


Quem estiver por lá pode, até dia 29 de Março, ver a exposição Almada Negreiros: o que nunca ninguém soube que houve, no Museu da electricidade, em Lisboa. Não é bem, bem inédito, mas é sempre interessante e está situado no belíssimo edifício industrial da Central tejo.

terça-feira, março 24, 2015

Um ano depois de Maidan, a Rússia ainda ficou mais voraz

 
Há coisa de um ano, a Rússia concretizava o plano de se reapoderar da Crimeia. Através da ocupação de pontos-chave por parte das tropas estacionadas em Sebastopol, com a ajuda de reforços vindos da Rússia (que tacticamente escondiam a identificação) e de milicianos locais, cercaram as forças ucranianas estacionadas na península, proclamaram a autonomia da região e organizaram um "referendo" (ou antes, um plebiscito) que resultou na "independência" e posterior anexação pela Rússia. Com pompa e circunstância, e discursos nacionalistas, proclamou-se que "a Crimeia tinha voltado a casa". A Ucrânia reagiu, a maior parte dos países condenou a manobra e não reconheceu a Crimeia como parte integrante da Rússia, mas o certo é que nada mudou e até já avançam os planos para a construção da ponte sobre o estreito de Kerch, que ligará a Crimeia ao resto da Rússia.

 Meses depois, iniciou-se a operação que visava subtrair à Ucrânia as suas regiões orientais. As regiões de Luhansk e Donetsk foram em grande parte ocupadas (incluindo as cidades-sede) por rebeldes separatistas, com apoio mal dissimulado das forças russas, e o resto é o que se sabe. Guerra sem fim à vista, apenas intervalada por efémeros cessares do fogo. As regiões permanecem ocupadas pelos separatistas, mais de um milhão de pessoas fugiu para os países da sua preferência, conforme fossem russófonos ou leais à Ucrânia, morreram mais de cinco mil, e destruíram-se infraestruturas quase novas e que tinham tido um custo avultado, como o recentíssimo e moderno aeroporto de Donetsk. E enquanto os combates, que na realidade nunca pararam, não aumentam de intensidade, com a mais que previsível carga dos separatistas sobre a cidade portuária de Mariupol (cuja conquista lhes facilitaria a ligação terrestre à Crimeia), permanece um tensão pouco tranquilizadora.

Entretanto, a Rússia assinou um acordo de integração com a Ossétia do Sul, o que na prática significa a anexação daquele território arrancado à Geórgia.

Ou seja, os efeitos da Revolução de Maidan resultaram não no reforço da Ucrânia, apesar da expulsão dos governantes pró-russos, mas na expansão da Rússia e dos seus títeres, na Crimeia, na bacia do Don e no Cáucaso. Bem pode a NATO condenar todos estes avanços: sem prova de força, nada obsta a que a Rússia efective estas ocupações. Se bem que pode ver a Ucrânia escapar-se ainda mais e tornar-se, a prazo, um membro da NATO. Eis como os despojos daquele país serão divididos.

Enquanto isso, em Moscovo, no último mês, assassinaram o líder político da oposição, Boris Nemtsov, antigo vice-primeiro ministro, junto ao Kremlin, em mais um acto nebuloso e sangrento envolvendo tiros. As suas exéquias fúnebres levaram à maior manifestação contra o governo, bastante superior à que uma semana antes tinha levado à rua os apoiantes de Putin na sua guerra contra a Ucrânia. Nunca antes se tinha visto uma tal demonstração de força contra o "czar" republicano de quase todas as Rússias. Este, embora garantisse que iria proceder a um inquérito para a averiguar a morte de Nemtsov, condecorou poucos dias depois o principal suspeito do assassínio de Alexander Litvinenko, em Londres, em 2006, por envenenamento. Que ocorreu quase ao mesmo tempo e nos mesmos lugares que a tentativa de fazer o mesmo a Yegor Gaidar, o antigo primeiro ministro liberal da Rússia, que escapou por pouco. Ingenuidade ou uma provocação grosseira de Putin?

Assim vão as Rússias e os seus antigos apêndices.

terça-feira, março 17, 2015

Partiu un defensor de la léngua i cultura mirandesa



Vale a pena ver este artigo do Expresso, com uma extensa entrevista a Amadeu Ferreira, que morreu nos inícios deste mês. Amadeu Ferreira, natural de Sendim (sim, a terra da posta da Gabriela), Miranda do Douro, teve um percurso apaixonante, sempre em crescendo: seminarista, soldado, viveu em várias terras de Trás-os-Montes, estudou filosofia na Universidade do Porto e Direito na Universidade de Lisboa, onde viria a lecionar e a tirar o mestrado, pelo meio chegou a militar e a ser deputado pela UDP, e acabou como vice-presidente de Carlos Tavares na CMVM.
Podia ser um percurso de respeito como tantos outros não fosse o facto de Amadeu Ferreira se ter popularizado como o mais acérrimo defensor da língua mirandesa. Ouvi falar dele quando escrevia semanalmente no Pública, na sua crónica semanal em mirandês, em que aparecia com a sua característica boina. Traduziu para aquela que é a segunda língua oficial de Portugal os Lusíadas, os Evangelhos, e mais uma data de livros, incluindo álbuns de Asterix (se já viram por aí o Asterix L Goulês, então saibam que é uma tradução de Ferreira), além de escrever poesia e crónicas mirandesas. Há tempos, encontrei uma entrevista em que declarava que tinha uma doença que não lhe daria mais do que dois anos de vida, pelo que queria acelerar algumas obras que tinha em projecto. Não sei se as acabou, mas a verdade é que deixou um vasto legado e a certeza de que o mirandês não mais há de entrar na obscuridade, graças sobretudo ao seu trabalho. Amadeu Ferreira deixa obra e uma vida, sumarizada em bom mirandês na Wikipedia da mesma língua. Poucas terras em Portugal têm uma identidade tão forte e vincada como Miranda. E poucas se podem orgulhar de um dialecto próprio, ou de quem divulgue tanto a sua cultura.





terça-feira, março 10, 2015

Nelson Évora de regresso ao ouro



Se no próximo jogo na Luz, já daqui a dias, Nelson Évora, que se sagrou campeão de triplo salto no europeu de atletismo de pista coberta, for mostrar ao público a medalha de ouro que ganhou em Praga (como é devido a um atleta do Benfica), espero que este reaja com o cântico "Tudo a Saltar...!" Nunca será tão oportuno como nessa ocasião.

segunda-feira, março 09, 2015

Andar nas metrópoles, por baixo da terra e pelo ar

 
Para além de ser uma metrópole trendy, cool, hispter, e tudo o que sejam categorias urbanas contemporâneas, em simultâneo com o peso institucional e tradicionalista, Londres parece querer agora também tornar-se a grande cidade ecológica por excelência (lá está, juntando a vanguarda com a tradição ferroviária). Segundo o Observador, o projecto London Underline pretende transformar linhas de metro abandonadas em vias subterrâneas com uma via para peões e uma ciclovia. Londres é uma cidade perfurada no seu subsolo, não só pela extensíssima rede de metropolitano mas também pelos serviços postais (Post Office Railway), pelo Bank of England, entre outros (sim, não se ficam por aqui). É natural que algumas linhas tivessem ficado esquecidas pelo seu menor uso. Assim, a ideia é recuperá-las e rentabilizá-las, com bicicletas já à entrada dos túneis para serem usadas, e ainda um piso cujo atrito cinético dos passos e das rodas gera electricidade utilizada para a iluminação. Pode até nem passar do papel (ou do vídeo), mas é uma ideia muito interessante, imaginativa e ecológica, que permitirá circular a pé ou de velocípede numa grande cidade sem a preocupação do trânsito nem do clima londrino.





Ainda no mesmo jornal e na mesma cidade, há ainda o projecto algo megalómano de Norman Foster de construir ciclovias por cima das imensas linhas ferroviárias de Londres, com mais de duzentos quilómetros, dez faixas de rodagem e duzentos pontos de entrada. Eis uma das ideias para melhorar a circulação viária e complementar um meio de transporte limpo com o comboio. Embora perfeitamente viável, também não deverá ser para os próximos tempos. Mas é bem possível que daqui a uns anos muitas linhas férreas urbanas tenham um "tecto" constituído por extensos lances de ciclovias. Aproveitar as infraestruturas existentes e circular por baixo da terra e pelo ar: eis as alternativas à circulação nas grandes cidades.

domingo, março 01, 2015

111 anos comemorados com meia dúzia


Em dia de aniversário capicua (foram 111 anos), ver o Benfica a golear o Estoril por meia dúzia é sem dúvida uma excelente prenda de anos que os jogadores deram ao clube, e particularmente compensadora. Viram-se excelente golos - o de Pizzi e o primeiro de Jonas - para os quase cinquenta mil espectadores que foram cantar os parabéns ao estádio. O Estoril de José Peyroteo Couceiro, uma sombra do que era a equipa de Marco Silva, acabou por ser a vítima da maior goleada deste campeonato, o que tem uns laivos de justiça quando pensamos que os canarinhos foram em parte responsáveis pela perda do título de 2013, quando empataram na Luz a três jornadas do fim. Mas o que fica são os golos, que tornam o Benfica a equipa mais goleadora da prova, e a festa na Catedral pelos 111 anos de idade.