segunda-feira, março 09, 2015

Andar nas metrópoles, por baixo da terra e pelo ar

 
Para além de ser uma metrópole trendy, cool, hispter, e tudo o que sejam categorias urbanas contemporâneas, em simultâneo com o peso institucional e tradicionalista, Londres parece querer agora também tornar-se a grande cidade ecológica por excelência (lá está, juntando a vanguarda com a tradição ferroviária). Segundo o Observador, o projecto London Underline pretende transformar linhas de metro abandonadas em vias subterrâneas com uma via para peões e uma ciclovia. Londres é uma cidade perfurada no seu subsolo, não só pela extensíssima rede de metropolitano mas também pelos serviços postais (Post Office Railway), pelo Bank of England, entre outros (sim, não se ficam por aqui). É natural que algumas linhas tivessem ficado esquecidas pelo seu menor uso. Assim, a ideia é recuperá-las e rentabilizá-las, com bicicletas já à entrada dos túneis para serem usadas, e ainda um piso cujo atrito cinético dos passos e das rodas gera electricidade utilizada para a iluminação. Pode até nem passar do papel (ou do vídeo), mas é uma ideia muito interessante, imaginativa e ecológica, que permitirá circular a pé ou de velocípede numa grande cidade sem a preocupação do trânsito nem do clima londrino.





Ainda no mesmo jornal e na mesma cidade, há ainda o projecto algo megalómano de Norman Foster de construir ciclovias por cima das imensas linhas ferroviárias de Londres, com mais de duzentos quilómetros, dez faixas de rodagem e duzentos pontos de entrada. Eis uma das ideias para melhorar a circulação viária e complementar um meio de transporte limpo com o comboio. Embora perfeitamente viável, também não deverá ser para os próximos tempos. Mas é bem possível que daqui a uns anos muitas linhas férreas urbanas tenham um "tecto" constituído por extensos lances de ciclovias. Aproveitar as infraestruturas existentes e circular por baixo da terra e pelo ar: eis as alternativas à circulação nas grandes cidades.

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