quarta-feira, junho 27, 2012

A eterna refrega com os vizinhos



Reedita-se o duelo de há dois anos com a vizinha Espanha, cuja vitória seria o primeiro passo para a tingir o topo do Mundial. Vantagens deste ano: a equipa parece mais coesa, Crisnaldo mais convicto e mais em forma, o técnico é Paulo Bento, e não carlos Queiroz, e David Villa não joga pela Espanha. Desvantagens: ausência de um verdadeiro ponta de lança português, e as declarações de Platini (que tinha de ser absolutamente imparcial), mostrando as suas preferências por uma final Espanha-Alemanha. Sabe-se que uma tal final, igual à de há dois anos, seria a favorita dos patrocinadores. O francês que preside à UEFA acaba de mostrar que está ao lado deles. Será mais uma dificuldade acrescida para o jogo de hoje, mas no futebol são onze contra onze e no fim nem sempre ganham a Alemanha...ou a Espanha. Esperemos pois que a tenacidade lusa se reflicta nas trombas de Platini e de Casillas. Não seria a primeira vez, aliás, que Portugal derrotaria espanhóis auxiliados por franceses, e superiores em número (se desta vez os turcos da arbitragem entrarem na brincadeira). Nem que os portugueses venceriam em Donetsk: nas suas passagens por esta cidade, Benfica Porto e Sporting levaram sempre de vencida a equipa da casa. Eliminámos a espanha em 2004, em alvalade, e há coisa de ano e meio aplicamos-lhe uma surra de 4-0. Bons prenúncios e motivação extra não faltam, agora é só esconjurar o Fado, o que não é coisa inédita.

terça-feira, junho 26, 2012

Civil e islamita




Mohamed Morsi é o novo presidente eleito do Egipto. O líder do Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, é o primeiro chefe de estado egípcio que não é Faraó (contando com Alexandre, o Grande), Sultão, Rei ou militar. Em contrapartida, é islamita e civil. Defende um governo de ideologia "democrata-islâmica", à imagem da Turquia, mas só o futuro e o controlo dos militares o demonstrarão. Até lá, os revoltosos "laicos" continuarão a manifestar-se, os militares a vigiar o poder (e a mantê-lo agarrado enquanto puderem) e os Coptas a desconfiar e a cerrar fileiras, nesse país-charneira do Islão, vizinho de Israel e da Líbia e guardião do Estreito de Suez.

sexta-feira, junho 22, 2012

Gregos e alemães: uma história que vem de longe


A história entre alemães e gregos já é longa. Começou com as paragens dos cruzados que iam a caminho da Terra Santa, e que por vezes ali chegavam com intenções duvidosas, com expoente máximo na 4ª Cruzada de 1204, em que se deu o saque de Constantinopla, e a agonia lenta do Império Bizantino, até cair perante os otomanos, em 1453. Muito depois, a guerra da independência na primeira metade do Século XIX criou a Grécia moderna. Por razões estratégicas, fazendo recuar os turcos, no que se empenharam ingleses, franceses e russos, mas também ideológicas, porque o romantismo era o grande ideal da época. Com ele vinha o também nacionalismo, de que a restauração do berço da democracia e da filosofia era um dos maiores imperativos. Não tendo tomado parte na contenda, os alemães, expoentes do romantismo, criaram as fundações do estado grego, uma administração mínima, e até lhes cederam um rei, o impopular e inadaptado Otto I, um monarca bávaro que não percebeu o que era o seu novo país não chegaria ao fim do seu reinado.

Gregos e alemães voltariam a encontrar-se na I Guerra mundial, ainda que no "papel", já que as forças helénicas defrontaram os turcos, búlgaros e austro-húngaros, e não directamente os seus aliados germânicos. Mas na II Guerra, e depois de rechaçar as tropas italianas, a Grécia sofreu em pleno a invasão alemã, como plano geo-estratégico de fechar o Mediterrâneo aos aliados. A ocupação teve efeitos nefastos e marcantes, como o desaparecimento total da antiga e numerosa comunidade judaica de Tessalónica e a morte de milhares de gregos. A célebre fotografia da suástica no Parténon é um dos testemunhos mais perturbadores dos anos de ocupação, além de que constituíram um símbolo do esmagamento da democracia (no seu sentido primordial) pela totalitarismo.


Seguiu-se a guerra civil, a democracia instável, o regime dos coronéis, a queda da monarquia e o regresso da democracia, embora muito amparada nas dinastias políticas e no clientelismo, que a entrada na CEE e a chegada dos fundos subsequentes ajudaram a disfarçar.

Agora, os gregos atravessam uma crise financeira, económica e política que os coloca nas primeiras páginas dos jornais. Dada a proeminência e poderio económico da Alemanha, Angela Merkel tornou-se a figura mais detestada na Grécia e os alemães já são alvo de acções de xenofobia e ódio.

Muito embora a culpa da situação a que chegaram caiba em primeiro lugar aos helenos e à sua displicência e corrupção, a dívida do saldo entre as relações greco-gerânicas continua a pertencer mais aos alemães. É isso que os gregos vão tentar cobrar hoje, no jogo contra a Mannschaft, mesmo que os recursos técnicos sejam bem menores. Acredito mais na vitória dos germânicos, que até terão em Gdansk (a antiga Dantzig prussiana) uma falange muito maior a apoiá-los, mas dada a gana da equipa de Fernando Santos nesta altura, a incrível coincidência deste jogo e a oportunidade que proporciona, prefiro não fazer grandes apostas.


PS: evidentemente, muitos, como o Herdeiro de Aécio e o jornal Público, lembraram-se desta famosa "partida" entre filósofos gregos e alemães, uma das mais geniais criações dos Monty Python. Ei-la, na sua versão (mal) traduzida em "luso-brasileiro".

 

Declaração a Karel Poborsky


Caro Poborsky, gostava muito quando te via jogar, mas desculpa lá, ainda gostei mais de ver a tua "maldição" definitivamente afastada.

quinta-feira, junho 21, 2012

Críticas não são depreciações


Antes eram as críticas a Cristiano Ronaldo, esse "arrogante endeusado" que "na Selecção nunca joga nada". Passou a Holanda e "onde estão os que criticavam Ronaldo", que "deu aos caluniadores uma bofetada de luva branca"? Dos que são visceralmente anti-Cristiano não sei, mas pela minha parte vociferei furiosamente contra o craque do Real Madrid no jogo com a Dinamarca porque me pareceu realmente displicente e negligente, pouco trabalhador e solidário, a léguas do que costuma jogar em Espanha, e isso podia custar caro à equipa. Criticar quando as coisas estão mal não é anti-patriotismo nem coisa parecida: é apontar erros, repreender, espicaçar, até. E parece que o craque português se sentiu espicaçado a sério, porque dois golos, duas bolas no poste e mais um conjunto de jogadas e passes perigosos são próprios de quem acusou o toque. É o velho problema da liberdade de expressão, agora aplicado ao futebol: é muito fácil ser-se tolerante quando as críticas não se aplicam a nós, mas se alguém se lembra de fazer juízos menos abonatórios a algo a que se tem ligações, tem de contar com fúrias desusadas e acusações de ser anti-qualquer coisa. Sim, haverá em Portugal adeptos do "anti-ronaldismo" (como lhe chama Pedro Lomba em artigo recente, considerando que esta é a "melhor selecção de sempre", um exagero oposto ao de Miguel Sousa Tavares, que ele cita, e que se auto classifica como sendo"anti-Selecção"), que normalmente na guerra de craques preferem sempre Messi. Mas não são certamente todos os que o criticaram quando merecia. Ronaldo é um atleta impressionante, tem uma força de vontade e de trabalho e uma capacidade física do outro mundo, e só por grosseiro cinismo se pode não ficar espantado com a quantidade infinda de golos que marca, alguns de execução bem complicada. mas não ha nenhum dogma que o proteja nos maus momentos, até porque reúne boa parte dos defeitos dos futebolistas que ascenderam ao estrelato (a que chegou com grande mérito, diga-se).

Dito isto, haverá outra razão para que Cristiano Ronaldo tivesse jogado como jogou contra a Laranja Mecânica: é que da última vez que os defrontámos, no Mundial de 2006, na célebre "Batalha de Nuremberga",a táctica da trupe dos Países Baixos, treinada por Van Basten, consistia antes de mais em lesionar o madeirense, coisa que até conseguiram. Se António Vieira tivesse assistido ao jogo, o fragor dos seus sermões certamente redrobraria. Seguiu-se uma autêntica refrega, a meio da qual Maniche marcou o único golo do jogo, que acabou com um número recorde de cartões. Ronaldo certamente lembrou-se da forma como o trataram e vingou-se da melhor forma que sabia: com um grande jogo, que só pecou pela vitória escassa perante uns holandeses absolutamente impotentes para o travar.


Agora calhou-nos na rifa a República Checa, nos quartos de final, em vez da Rússia. Tal como em 1996. Mas agora espero resultado diferente. Basta estudar bem aquela equipa e jogar com humildade, com a certeza de que Petr Cech, Milan Baros & Cª não vão facilitar. Gostava muito de ver jogar Karel Poborsky, mas não quero revisitar o pesadelo do seu portentoso chapéu sobre Baía.

domingo, junho 17, 2012

A condicionante grega


"O futuro da Europa joga-se hoje, nas eleições francesas e gregas", diz-se. Francesas? Lá voltamos ao mesmo. Em França, discute-se a segunda ronda das legislativas. À partida, os socialistas e seus aliados conseguirão a maioria, mesmo estando empatados em números com a UMP e aliados, consequência do sistema uninominal vigente e da queda abrupta dos centristas de Bayrou. como tal, a nova Frente Nacional conseguirá um número residual de lugares, e a esquerda radical de Melenchon mais alguns, mesmo com menor percentagem de votos. Curiosidades só mesmo nos casos locais: por exemplo, se LePen ou Segoléne Royal (tramada pelo twiter actual companheira do seu ex-marido e actual presidente) conseguirão ser eleitas.

Na Grécia sim, está muita coisa em jogo. Se o Syriza ganhar, com quem formará governo? E se recusa o plano da UE, como é que vão pagar as contas e os salários? Vendendo as ruínas do Parténon aos chineses? O apoio de Louçã à esquerda radical grega é elucidativo e mostra bem até que ponto o populismo e a demagogia (não por acaso uma palavra grega) podem levar a resultados catastróficos. E parte da opinião pública continua a acreditar na fábula dos pobres gregos esmagados pelos tirânicos alemães, como se as contas falsificadas, o clientelismo e a corrupção não fossem da responsabilidade dos modernos helenos.  Assim, mais de dois mil anos depois de terem servido de barragem à invasão persa, moldando provavelmente de maneira radical a História da Europa, os gregos modernos arriscam-se agora a ser os coveiros do Euro e sabe-se lá que mais.
Só que a alternativa é a velha Nova Democracia, o partido que, com ajuda do PASOK, levou a Grécia a este estado de coisas. Seria quase imoral que ganhasse, mas talvez seja o mal menor. A tragédia grega prossegue. Valha-lhes Fernando Santos e Karagounis, que conseguiram o autêntico milagre de levar a sua envelhecida selecção a ultrapassar a fase de grupos à custa de equipas bem melhores. Uma delas, directamente afastada, é a Rússia, que ironicamente pode vir a estender a sua área de influência aos gregos caso estes saiam do euro.

sábado, junho 16, 2012

Pólvora seca




Era daqueles jogos ditos de alt(íssim)o risco. Um Polónia-Rússia, em Varsóvia, no dia em que os russos festejam o nascimento da Federação, é motivo para qualquer pessoa sensata se afastar da capital polaca, a não ser que seja repórter de guerra. Uma marcha com colunas de russos em direcção ao estádio prometia represálias de fanáticos polacos, evocando o retalhamento do seu país, a repressão czarista e o pesado controlo soviético, que obrigou ao estádio de sítio permanente. Mas o empate e a divisão de pontos serenaram os ânimos, a polícia cumpriu o seu papel, e o saldo final acabou em quinze feridos e cinquenta detidos. Muito positivo, diga-se. Qualquer resultado que não causasse mortos nem feridos muito graves seria sempre bom. Os maiores receios não se verificaram, apesar de algumas escaramuças de rua.

Mas se o empate acalmou as hostes (se tivesse ganho alguém, não sei), traria resultados desportivos negativos a curto prazo. A favorita Rússia perdeu com a sofrível Grécia e os checos impuseram uma derrota à Polónia (em Wroclaw, antiga cidade prussiana de Breslau, muito perto aliás da fronteira checa, pelo que estavam muitos milhares de adeptos desse país). O anfitrião e a talentosa selecção da Federação Russa, que tantas desgraças evocavam e que tanto receio causavam pelo choque dos seus adeptos, ficaram fora do torneio. A pólvora seca entre adeptos contagiou os jogadores. Quem diria...

quarta-feira, junho 06, 2012

Pompa, circunstância e popularidade



O Jubileu de Diamante da Rainha Isabel II, comemorando os seus 60 anos de reinado, saldou-se numa colossal manifestação de apreço pela soberana. Ao longo de seis décadas desde que sucedeu a Jorge VI, a Rainha assistiu à queda do Império Britânico, à sucessão vertiginosa de acontecimentos, estadistas, modas, mudanças sociais, até a filmes sobre a sua pessoa. Mesmo em anos difíceis passou incólume sobre tudo. Hoje, a sua popularidade é inquestionável, e a Monarquia é uma instituição sólida e perene, sem a qual os britânicos nem saberiam o que fazer. Nas festividades do Jubileu, recebeu a homenagem da sua família, de artistas pop, e do povo, que acorreu de todas as partes da Commonwealth para a aplaudir, em massivas concentrações de multidão, juntando o marketing mais plastificado à pompa mais majestosa, que incluiu a maior regata dos últimos três séculos. Dificilmente algum outro país faria a mesma vénia a qualquer outro chefe de estado. Certamente que república alguma conseguiria sequer chegar perto.

terça-feira, junho 05, 2012

Alegrias futebolísticas


Acabada a época de futebol (de clubes), depois de enumerar as tristezas, e antes que o tal Euro na Ucrânia-Polónia comece, é justo referir as alegrias que a bola trouxe este ano. Não que as houvesse em grande quantidade, mas é justo recordar algumas coisas.

A mais mediática, e que me deu especial prazer, foi a vitória in extremis do Manchester City no campeonato inglês. Não que eu torça pelos "vizinhos barulhentos" azuis do United, até porque é daqueles clubes com fundos sem fundo, patrocinados por sheiks do petróleo, uma espécie que não faz nada bem ao desporto, pela forma como inflaciona os custos e é nociva para a concorrência. Mas gosto sempre quando há uma quebra de hegemonias - neste caso da equipa de Alex Fergusson - e quando equipas há muito afastadas dos títulos a eles regressam. Os citizens, equipa da maior parte dos habitantes de Manchester e dos irmãos Gallagher, depois do investimento brutal em jogadores nos últimos três anos, conseguiram chegar ao almejado título quando as coisas pareciam ir pelo cano abaixo. Estar a ganhar, em casa, depois sofrer o empate, passar a estar a perder, e nos minutos dos descontos, marcar o golo do empate e no último lance possível, o da vitória, que lhes dava o título maior, é coisa para deixar um estádio inteiro com sérios problemas cardíacos. Tanta emoção nem em 1989, quando ao minuto 89 Michael Thomas marcou o golo que dava ao Arsenal o título que não conseguiam há 18 anos, e no terreno do adversário directo, o Liverpool (o episódio ficou registado em Fever Pitch, de Nick Hornby ). Mas os segundos decisivos, cruéis mas intensos e felicíssimos, devolveram a alegria a um clube que dela estava precisado depois de anos a fio recebendo o desprezo dos vizinhos do United. Irónico que muitos terão festejado intensamente um golo de Aguero, genro de Maradona, que há vinte e tal anos se tornou provavelmente no homem mais odiado pelos ingleses.

Por falar em Maradona, outra das coisas a que achei piada foi a vitória do Nápoles na Copa Itália. O grande clube do sul de Itália não ganhava quaisquer títulos há mais de vinte anos. Aliás, desde a saída do Pibe passou por uma fase de decadência que o levou à segunda divisão e à bancarrota, conseguindo após alguns anos regressar à primeira, depois ás competições europeias (teve a honra de ser eliminado pelo Benfica num jogo memorável na Luz) e finalmente à Liga dos Campeões, onde se impôes este ano, e de onde acabou por ser eliminado algo surpreendentemente pelo Chelsea nos oitavos de final. O clube é agora presidido pelo produtor de cinema Aurelio de Laurentiis, sobrinho do mítico Dino de Laurentiis, goza de boa saúde desportiva e financeira e tem um enorme apoio popular. E conseguiu um feito: bater a Juventus, equipa que estava invicta em todas as competições e que este ano reconquistou o Scudetto, no último jogo possível (que marcou a despedida de Del Piero). com um temível ataque formado por Hamsik, Lavezzi e pelo extraordinário avançado-centro uruguaio Cavani, nem parece tão complicado. Mas era, e permitiu que o clube da decadente Nápoles e do sul empobrecido conseguisse ser o único a bater o mais titulado clube italiano, representante setentrional da indústria rica do Piemonte, propriedade dos Agnelli, quase mais francês que italiano. Diga-se no entanto que o regresso da Vecchia Signora de Turim aos títulos, depois de anos de abalo na penumbra por causa do Calciocaos, também é motivo de alegria para este blogue.



Outra motivo para festejar, embora tenha passado quase despercebido fora do seu país (com pequenas excepções): ao fim de trinta anos a vegetar nas divisões secundárias, o lendário Stade de Reims voltou à primeira divisão francesa. Quem conhecer minimamente a história do desporto-rei saberá que este clube, da capital de Champagne (uma cidade que nem é muito grande, à sombra da sua antiquíssima catedral), que dominou o futebol francês entre os anos quarenta e cinquenta, tinha  também uma das equipas mais fortes da Europa nessa época, competindo directamente com o todo-poderoso Real Madrid. Pensa-se até que a Taça dos Campeões europeus foi criada pelo jornal L ´ Equipe propositadamente para que o Reims ganhasse o troféu, que lhe daria a glória no Velho Continente. E a primeira final, em Paris, em 1955, quase que lhe deu a Taça, mas não conseguiu superar o Real Madrid, num fantástico jogo que acabou 4-3 para os merengues. Em 1959, nova final, mesmo adversário, e igual sorte. Entretanto tinha ganho uma Taça Latina, na Luz, frente ao Milan. Ostentava um futebol tecnicista, rendilhado, todo virado para o ataque, onde pontificavam Kopa e Just Fontaine, melhor marcador do Mundial de 1958, com 13 golos, um recorde que permanece imbatível. Depois da sua partida, assistiu-se a um delcínio abrupto e inexorável do clube, que caiu na bancarrota (teve de vender os troféus) e andou pelas divisões regionais, até começar a se recompôr. Esta época, enfim, ao fim de trinta anos, o histórico clube de Champagne regressa ao lugar onde devia estar há muito tempo, onde poderá defrontar Marselha, PSG e Saint-Etienne, que só alcançaram a glória depois de viverem na sombra do Reims.