Estava há dias a ver imagens do jogo do campeonato francês entre o PSG e o Marselha, treinado por André Villas-Boas, que acabou com a vitória deste último em pleno parque dos príncipes, e que acabou com uma animada sessão de pancadaria. Mesmo com o regresso de Neymar, Di Maria e de outros que ficaram uns dias fora por terem acusado positivo para o covid (impressionante como esses jogadores recuperaram depressa), mostraram muito pouco e o craque brasileiro ainda levou um cartão vermelho, pelo que mais valia que não tivesse jogado. Como seria de esperar, os marselheses comemoraram à chegada dos seus jogadores, o que não espanta visto o ódio meridional local a tudo o que é parisiense, tanto que até há quem envergue camisolas com o símbolo do Olympique e, no lugar do nome, um lacónico "anti-PSG".
segunda-feira, setembro 14, 2020
Já não se fazem campeões como (nas pandemias de) antigamente
sábado, setembro 12, 2020
Brechas súbitas em previsões a longo prazo
Só há umas semanas é que vi finalmente AI - Artificial Inteligence, de Spielberg. O filme data do Verão de 2001 e mostra como uma criança-robot pode adquirir emoções e capacidade de amar e sentir afeição pelos outros. É tocante e ao mesmo tempo perturbador, como é sempre que se toca nesta temática.
sexta-feira, setembro 11, 2020
Vicente Jorge Silva
Fiquei surpreso com o desaparecimento de Vicente Jorge Silva. Costumava ler os artigos dele e já me tinha dado conta de que ultimamente rareavam. Provavelmente um dos jornalistas portugueses mais importantes do último meio século - esteve nos dois jornais que mais leio, o Expresso e o Público, que fundou - influenciou-me também por outra razão.
sábado, setembro 05, 2020
O novo (e surpreendente) discípulo da China
Lê-se e não se acredita, nesta altura do campeonato pandémico. O estado de Victoria, na Austrália, vai prolongar o estado de emergência por seis meses. Não é semanas, é meses, e só porque o parlamento chumbou a vontade do executivo que era de MAIS um ano. Isso depois de vermos cenas de cidadãos a serem selvaticamente presos pela polícia por terem tido de sair de casa por algum motivo, ou de, há poucos dias, uma mulher grávida ser detida na sua própria casa por escrever comentários contra o lockdown vigente.
Na Austrália tanto criticaram a China no início e agora têm uma política ainda mais restritiva. A diferença é que na China vigora um regime totalitário, e na Oceania um (suposto) regime democrático, o que torna as coisas ainda mais graves. Já é suficientemente mau que o bloqueio continue por meio ano (e se antes disso não houver mais casos? Prolongá-lo-ão?). A retaliação contra quem se lhe opõe é digna de qualquer regime autoritário. Ao mesmo tempo, sabe-se agora que o país vai enfrentar a sua maior recessão dos últimos sessenta anos, com uma queda brutal do PIB. Ainda assim, a segunda região mais populosa, com algumas dezenas de casos de covid pelo meio, pretende andar mais meio ano em estado de emergência. A China está mesmo a ganhar a parada e não é na economia: é no modelo político.
quarta-feira, setembro 02, 2020
Lugares verdadeiramente históricos
Os lugares e monumentos, testemunhas do passado e da História, moldaram o povo que somos hoje.
Falo, como já certamente repararam, daquele casarão amarelo torrado à esquerda. Ali começou Jorge Mendes a sua carreira de agente futebolístico, quando, ao explorar a discoteca Alfândega, conheceu o jovem guarda-redes Nuno Espírito Santo, que, entre investidas nos bares da Rua Direita e farto dos humores de Pimenta Machado, queria mudar de ares. Mendes tratou de tudo, levou-o num processo turbulento de Guimarães para o Deportivo da Corunha e mais tarde para o Porto, e ainda hoje Nuno, agora treinador do Wolverhampton, é representado por ele. Não fosse esse encontro e as carreiras de Cristiano Ronaldo, Mourinho, Di Maria, James Rodriguez e tantos outros seriam provavelmente diferentes.
Já agora, na casa em ruínas à esquerda, em baixo, nasceu o "Presidente-Rei" Sidónio Paes, uma das figuras mais marcantes da 1ª república. Deixou como legado à terra que o viu nascer um bolo de amêndoa e ovos que é altamente aconselhável.
Não interessa nada, mas a meio, entre a Rua Direita, a torre do relógio e a muralha em frente ao rio vemos a matriz de Caminha, do séc. XV, um dos mais belos edifícios religiosos em Portugal, com o seu exterior gótico e, dentro, um tecto de madeira em estilo mudéjar, com inúmeros motivos marinhos.