segunda-feira, agosto 10, 2009

Raúl Solnado


Já tinha pensado por mais do que uma vez, vendo Raúl Solnado, que todo o país verteria uma lágrima quando ele desaparecesse. Hoje levaram-no a enterrar, entre aplausos, lágrimas e sorrisos de homenagem. Não faltou gente à sua despedida, e muito mais haveria se não estivéssemos em Agosto.


Sempre simpatizei muito com Solnado. Teve programas com mais piada, outro com menos, mas como pude ver hoje nos seus primórdios televisivos, foi o verdadeiro pioneiro da stand-up-comedy em Portugal, sem esse nome, mas muitos anos antes de Seinfeld nos entrar pela casa dentro. Era um homem simpático, generoso, mais galhofeiro que histriónico, e que acima de tudo nunca perdeu o nível nem a compostura. Pôs o país inteiro a rir com a Guerra e a História da Minha Vida, acompanhou sucessivas gerações de actores, até aos mais novos, como se viu pelas colaborações recentes com Bruno Nogueira. E ainda provou (até a si mesmo) que não era somente um humorista, mas também um soberbo actor dramático, tendo impressionado o seu papel sóbrio e desencantado como inspector Otero, em a Balada da Praia dos Cães. Morre antes dos oitenta anos, devido a velhos problemas de coração. Deixa-nos óptimas memórias e um grande legado de representação, humor e sobretudo de forma de estar na vida. Oxalá o aproveitem devidamente. Seria a melhor homenagem a fazer a Raúl Solnado e à sua já famosa máxima "Façam o favor de ser felizes".



Um comentário:

adsensum disse...

Memorável Solnado.