Já se passaram alguns dias, mas até pela altura que era, de Óscares e jogos do Benfica (de fraca memória), é de assinalar a morte de António-Pedro Vasconcelos. Podia-se discordar em muitas opiniões e nem apreciar todos os filmes dele, mas era provavelmente o homem que mais sabia de cinema em Portugal, um grande benfiquista e um literato, que não tinha receio em exprimir as suas opiniões (poucos se lembraram que ele foi dos primeiros a opôr-se ao acordo Ortográfico, para além do mais mediático apelo a que a TAP continuasse pública) nem em defender o cinema para o público ou os clássicos portugueses dos anos 40.
Mas dentro da sua faceta de realizador tinha uma qualidade rara: o de descobridor de novas estrelas femininas. Lançou em definitivo Soraia Chaves, "descobriu" Daniela Melchior, que agora anda por Hollywood, lembrou-se de Ana Zanatti para O Lugar do Morto e só não lançou Kristin Scott Thomas, que depois brilhou em 4 Casamentos e Um Funeral e O Paciente Inglês, porque não o deixaram. Confiram lá...
PS: era o último elemento de um grupo que definitivamente desaparece. Espero que na Eternidade haja um balcão do Gambrinus onde ele se tenha reencontrado com os seus amigos Vasco Pulido Valente e Fernando Lopes.
PS2: ver também este texto de homenagem.e de recordação.
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