sexta-feira, janeiro 30, 2004

Não resisto a falar de novo de José antónio Saraiva, porque o caso não é para menos. Descobri agora um texto, datado do fim de 2003, em que o Arquitecto se dedica ao mais puro exercício de cinismo de que há memória.
E de que fala Saraiva nesse seu artigo? Faz muito simplesmente a apologia do casamento de estadão da filha de Eduardo dos Santos, a tia Zé, ou coisa parecida, e, mais do que isso, defende ardentemente a ida do Primeiro-Ministro ao evento.
Ora atente-se nas palavras usadas:"Angola, para nós vai ser uma terra de oportunidades"; "...pode ser um excelente mercado para as nossas empresas"; "...pareceu-me muito bem que o chefe do Governo português estivesse presente no casamento da filha do Presidente de Angola. Só é pena José Eduardo dos Santos não ter muitas filhas para casar - para o nosso Primeiro-ministro ir mais vezes a Luanda. Daqui a uns anos perceber-se-á melhor a importância destas relacções para o futuro de Portugal". Assim mesmo. Sem ponta de pudor.
Nunca levei demasiado a sério as previsões e "doutos" conselhos de Saraiva, mas aqui entra-se na total falta de senso e de escrúpulos, no oportunismo mais abjecto. O que Saraiva quer dizer é :"façam mais festas, gastem ainda mais dinheiro, espremam o povo angolano até ao limite (se é que tal é possível), para que nos possamos associar às vossas orgias...e aos vossos negócios, escuros ou claros!". Um qualquer esclavagista ou traficante de diamantes não diria melhor!
Já tinha uma vaga ideia do que seria a mente deste pretenso jornalista, sobretudo depois do seu discurso Iberista, mas isto ultrapassa os mais elementares princípios da moral. A partir de aqui há que encarar esta personagem com o desdém que ela merece. Pena é que não tivesse aprendido grande coisa com o seu pai, que certamente reprovaria veementemente tais absurdos.
Adaptando as suas próprias palavras - daqui a uns anos perceber-se-á melhor a irrelevância de Saraiva para o futuro do jornalismo em Portugal

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