quinta-feira, setembro 16, 2004

O Batman do triângulo cor-de-rosa

Há realmente campanhas de gosto duvidoso. Destacam-se entre estas algumas da Abraço, em especial as já afamadas "Galas Travestis", que não só me parecem profundamente inúteis como já chegaram a ocupar mais tempo nos noticiários do que o pricipal feriado nacional (nesse mesmo dia).
Uma das tais campanhas tem tanto de burlesco como de risível. Dirigida aos homossexuais (creio que um pioneirismo), mostra uns efeminados Batman e Robin, de mãos dadas e tons rosados, apelando ao uso do preservativo; mas o que mais há de estrambólico é o uso do famigerado triângulo rosa, uma memória dos Campos de Concentração nazis, para onde os homossexuais eram levados ostentando tal símbolo. Para quê, então, colocar esse sinal no anúncio? Será um qualquer desafio radical, com um argumento do tipo "os preconceitos da sociedade pouco evoluíram desde a 2ª Guerra", ou "sofremos uma discriminação pró-nazi"? Espero bem que tais ideias não passem senão nas mentes mais perversas, mas seria bom que justificassem a presença do triângulo de má memória no século XXI. É que também não me passa pela cabeça ver judeus usando na lapela aquelas Estrelas de David. E duvido que os gays façam passar melhor a sua mensagem com o recurso sistemático à provocação circense.

Os promotores das campanhas da Abraço, de resto, devem andar com as ideias sexuais algo desfocadas. Veja-se quem arranjaram atraír a população heterossexual masculina! É duvidoso que o Super-Homem sirva da melhor maneira tais propósitos. E que faz a candidata a Lara Croft (embora mais bisonha e menos sensual que Angelina Jolie) chamando a atenção da "população heterossexual feminina"? Estranho. Agradecia-se algum bom senso, no mínimo.

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