quinta-feira, setembro 23, 2004

Os dias da bola

O momento dos principais adversários do SLB é autêntica mas felizmente estranho. O habitual vizinho de Lisboa exibe performances assustadoras, mais que os próprios resultados, o que não deixa de me espantar, porque estava à espera de mais de José Peseiro. Quanto ao Porto, concretizam-se os meus vaticínios das discussões de Verão perante os meus encarniçados amigos portistas, que afirmavam que, com tal equipa, "o campeonato estava entregue". Esqueciam-se porém que não tinham uma equipa, mas tão somente um amontoado de jogadores talentosos, sem um verdadeiro fio de jogo ou noção de actuar em bloco. Provavelmente nunca uma declaração de Pinto da Costa terá sido tão infeliz como a "já desde dia 20 de Agosto que não ganhamos nada". Qual maldição desportiva, o FCP não voltou a ganhar nehum jogo desde então; talvez isso explique o silêncio actual do líder das Antas.
O SLB, por seu turno, segue tranquilamente o seu caminho. É ainda muito cedo para cantar embandeirar em arco, mas parece que esta equipa de Trapattoni é coesa, disciplinada e serena, coisas que faltaram ao futebol do SLB nos últimos anos. Os próximos jogos, de grande grau de dificuldade, confirmarão ou não isso mesmo. E não esquecer que uma das grandes virtudes do técnico transalpino é, a par do rigor táctico e da enorme experiência, a capacidade de transformar futebolistas medianos em grandes jogadores, graças ao qual a Juventus dominou a primeira metade dos anos 80 e a Itália constituiu a base da equipa campeã do mundo em 1982.
E que tal descer à capital para ver um joguinho no imenso anfiteatro da Luz?
Ou melhor ainda, ver o que se passa no fantástico campeonato da vizinha Espanha, onde o não menos fabulosos Valência aplicou chapa 5 ao Corunha, em pleno Riazor. Irresistível, não é?

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