sexta-feira, novembro 11, 2005

A coincidência a 10 de Novembro

Soube por este meio que o grande capitão Águas, o "Capitão dos Campeões", como lhe chamaram, faria hoje 75 anos se fosse vivo. Não fazia a menor ideia, mas deixo aqui o facto. O mais curioso é que, também neste dia, o meu avô materno, que infelizmente nunca conheci, faria cem anos. Curioso porque há uma relação com o facto de eu ser benfiquista.
Apesar do meu avô não ter sido exactamente um grande desportista nem um particular adepto do futebol (ainda que tivesse tido a chatice de presidir a uma colectividade desportiva transmontana por aclamação), tinha uma característica singular: não gostava do Porto nem de nada que estivesse relaccionado com a cidade. Embora esse meu avô seja uma referência para mim - pelo seu espírito livre, apesar de ter sido um conservador à moda antiga, e pela sua convicção na monarquia - neste aspecto eu jamais poderia concordar com ele, visto que nasci e sempre vivi na Invicta. Contudo, o seu passado em Lisboa (depois de uns tempos de diletantismo em Coimbra) acabou por fazê-lo preferir o Glorioso quando se tratava de fazer a (já na altura) sacramental pergunta sobre o clube a que se pertencia. A minha mãe, muito embora sendo do maioritário grupo feminino a quem o futebol nada diz, adoptou a mesma escolha encarnada. Por isso, por influência materna, tornei-me benfiquista, graças aos céus, não tendo seguido as preferências mais esverdeadas do meu pai (apesar de nunca termos tido discussões sobre bola demasiado sérias, além daquele jogo em que o SLB venceu em Alvalade com um golaço de Geovanni e em que os meninos da Juve Leo resolveram passear no relvado).

Ao meu avô materno(morto pouco antes do 25 de Abril, que nada o teria surpreendido) devo assim, não só a minha crença na monarquia e num conjunto de princípios e valores essenciais, como a eterna paixão pelo Benfica. Afinal, se acreditasse nos astros, tudo isto teria uma razão facilmente explicável: nasceu 25 anos antes do imortal Águas (e já agora, cinquenta antes de uma sua sobrinha). Uma coincidência espantosa e feliz. Não querendo, por razões de reserva, postar aqui uma imagem do meu avô, deixo a imagem do Capitão levantando a Tça dos campeões de 1961, se exeptuarmos a Taça Latina o primeiro troféu internacional ganho por um clube português, depois de um jogo épico contra o Barcelona, onde também ele marcou na vitória por 3-2.

2 comentários:

João Pedro disse...

Acontece que a imagem é mesmo real. E vermes? Está a chamar a uma das melhores equipas de futebol de sempre de vermes? Porquê, também queria uma, era?

mfc disse...

Uma bonita evocação familiar... e já agora, qualquer razão é boa para sermos do Benfica!!