sábado, dezembro 31, 2005

Minoria boa - minoria má

O Reino Unido está a mudar. Depois dos casamentos homossexuais, as adopções por casais do mesmo sexo. Se os primeiros, mesmo que causem dúvidas pelas contradições inerentes e pelo folclore "pós-moderno", ainda se aceitam, posto que constituem um contrato entre duas pessoas sem interferência de terceiros, a segunda ideia já revela que os direitos de um determinado casal possam sobrepôr-se aos de uma criança, sem o equilíbrio natural pai-mãe. Já sei que há resmas de psicólogos que dizem que tal acto é perfeitamente normal, mas eu, desculpem lá, ou por ser uma mente tacanha e reaccionária, ou por achar que desde tempos imemoriais, por acção da natureza das coisas, as pessoas têm pai e mãe, e não dois pais ou duas mães, acho tal ideia perfeitamente estapafúrdia.

Uma lei que, como sabemos, já tinha sido aprovada em Espanha. Ora acontece que no país vizinho, a partir de amanhã, passa a vigorar uma norma que proíbe terminantemente que as pessoas fumem em praticamente todo o espaço fechado que não seja a própria casa, e que não prevê mesmo redutos para não-fumadores. Destina-se, parece, a "diminuir o número de fumadores", e também "a proteger os não-fumadores dessa minoria". A lei é mesmo o que parece: um violento ataque aos fumadores, incorporando uma moda que nasceu nos Estados Unidos, atravessou o Atlântico, e se tem vindo a espalhar por diversos países deste lado, tratando os fumadores como pessoas de segunda, agentes imundos que transportam o mal.

Não sou fumador no dia-a-dia, apenas mundano (como em noites como aquela que se aproxima, por exemplo), nem percebo como é que se consegue fumar de manhã. Mas recuso esta perseguição ao fumador e à intromissão na vida privada. Claro que há locais em que compreensivelmente não se deve fumar, como hospitais, escolas, autocarros, e outros. Mas proibir espaços para fumadores é uma prepotência; aposto que o objectivo último desta campanha será um dia interditar definitivamente o tabaco, uma ideia que ocorreu ao cabo austríaco de nome Adolf, e paralela às leis secas que só beneficiaram o tráfico ilegal. O que é paradoxal nos tempos que correm: pretende-se proteger algumas minorias atribuíndo-se mesmo mais direitos do que às maiorias, mas a outras subtrai-se pura e simplesmente o motivo de serem minoritárias. Uma quadratura do círculo que não fica bem aos responsáveis por estas lindas perseguições, sejam eles quem forem. Espero é que não sejam as ideias de criar um mundo saudavelmente perfeito que alguns inconscientes têm de vez em quando. E que são inofensivas até alcançarem o poder.

Alguns posts sobre o velho ano em preparação falharam. Esta semana espero poder deixar mais umas palavras. Até lá...bom ano 2006 para todos!

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