segunda-feira, setembro 28, 2009

Síntese
Viajando de carro entre Porto e Lisboa, não pude assistir às reacções eleitorais, mas ouvi os resultados das legislativas até ao fim através da rádio. Já sabia da mais que previsível vitória do PS sem maioria absoluta e do inesperado terceiro lugar do CDS-PP. Fui acompanhando a emissão, os discursos, as reacções, os comentários dos opinion makers, etc. A vitória do PS por esses números não me espantou absolutamente nada, mas esperava que o PSD ficasse um pouco mais além do banho que levou em 2005 com Santana. Pelos vistos não conseguiu.
Na polarização que ontem tomou forma, só me espantei (eu e mais 80% da população, embora muitos já venham falar da "previsibilidade" desta resultado) com a ascensão do CDS-PP ao 3º lugar. Imaginava que o partido Portista fosse subir, mas que não chegasse sequer aos 9%. Afinal, aí estão os dois dígitos, mais deputados, alguns arrancados a ferros e uma situação inesperada para o governo. As corridas de Portas pelo país e o trabalho de formiga incessante, mais do que grandes comícios, deram bom resultado
Quase que apostei que o BE não chegava aos 10%, e não me enganei por uma unha negra. Quedou-se pelos 9,8 e duplicou o seu grupo parlamentar. Uma grande subida, sem dúvida, mas não tão grande como a chegaram a pintar. Não conseguiu tornar-se a terceira força partidária e dificilmente terá outra oportunidade para lá chegar. Mas Louçã parece não ter percebido isso, nem que o PS não precisa dele, com um discurso em que dava ideia que tinha ganho as eleições, o que lhe valeu algumas bicadas de Sócrates.
A CDU subiu em votos e conseguiu mais um mandato, além de ver o PS perder a sua maioria absoluta. à parte isso, é uma das derrotadas da noite, embora o desaire não seja profundo. ficou em quinto e certamente que acabou prejudicada pelos votos no Bloco. Mas ainda aposto que o vai ultrapassar em futuros actos eleitorais (para além das autárquicas).
Sobre os dois maiores partidos, simplesmente o óbvio: o PS ganhou, mesmo sem maioria absoluta e com menos 8% dos votos, e Sócrates aguenta-se. O PSD perdeu, quase não recuperou nada de 2005 e apenas se pode dar por contente com o fim da maioria absoluta. Mas o que fica claro é que a sua mensagem e imagem não passaram por demérito próprio.

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