quarta-feira, janeiro 12, 2011

A vida imita a ficção (uma vez mais)



O caso do homicídio de Carlos Castro e todos os pormenores do sórdido caso fazem-me recordar este inquietante filme, adaptação do livro de Patricia Highsmith. Assemelha-se-lhe na amoralidade do autor do crime, na vontade de subir a todo o custo, na absoluta ausência de escrúpulos em busca da ascensão social ou de manutenção de um certo estilo de vida, nem que isso implique eliminar outrém.

É certo que também recorda um pouco a obra de baixo, no delírio de um aspirante a super-homem que mais tarde se redime. Mas para isso, seria necessário que o criminoso em questão expiasse os seus pecados, buscando a redenção. Mas até agora, nem ele nem os mais próximos parecem importar-se muito com isso.


Tempos inquietantes, estes. E tivesse as manias que tivesse, ou mesmo fosse o autor de um sem número de intrigazinhas sociais menores, Castro é uma vítima desta amoralidade vigente.

2 comentários:

Caio Licínio Verris disse...

Não acho que tenha nada a ver com o Crime e Castigo...
No Crime e Castigo o criminoso é assombrado pela culpa do seu homicídio (motivado por falta de dinheiro), sendo esse sofrimento o seu castigo, que o leva a tudo fazer para ser descoberto pela Polícia, para sua própria libertação e redenção.
Enfim, nada a ver com o crime do Intercontinental, mesmo!
De qualquer modo, com esta inusitada alusão ao Crime e Castigo, já toda a gente ficou a saber que o autor do blog leu este livro, o que, para o próprio, deve encerrar em si mesmo um statement social e intlectual.

João Pedro disse...

Por acaso tem, e explico no post: a sensação, mesmo que travestida, do poder de matar. o homicídio do livro pouco tem a ver com dinheiro; e a verdade é que Renato Seabra também não se escusou a entregar-se e confessar.