O tão almejado sonho de Fernando Nobre ficou pelas bancadas de S. Bento. A coisa já se adivinhava à légua desde o início, com todos os partidos, mesmo o CDS, a declarar à partida o seu veto. Uma batalha perdida. Mas percebe-se que Pedro Passos Coelho tenha querido levar a hipótese até ao fim. Deu a sua palavra, não tinha mais que a cumprir, apesar dos apelos sem contrário e do desfecho previsível. Para além de uma questão de honra, a táctica também pode ter jogado a favor, já que não lhe ficava nada bem voltar com a palavra atrás na véspera de tomar posse como Primeiro-Ministro. Deixar cair Nobre seria deselegante e traiçoeiro. Também não me pareceu pior que o fundador da AMI optasse por ficar no Parlamento. Reconsiderou que a sua presença seria mais útil como agente legislador. Está lá pelo voto dos eleitores, não para fazer birrinhas de cargos.
Já sobre a eleição, tenho dúvidas se terá sido a primeira vez que um candidato ao cargo não conseguiu ser eleito. Sei do confronto entre Oliveira Dias e Teófilo Carvalho dos Santos, em que este perdeu para o candidato da AD. O caso não é exactamente igual, mas houve também um derrotado.
Nobre era um erro de casting desde o início, como quase todos reconheceram. Mas levando a candidatura até ao fim, conseguiu sair-se airosamente. A alternativa Assunção Esteves ficou guardada até ao dia seguinte, enquanto todos discutiam se a segunda figura do estado seria Mota Amaral ou Guilherme Silva. Acabou por ser eleita com um grande número de votos e cumprimentos elogiosos de todas as bancadas. Poucas horas depois da tomada de posse do Governo, também o Parlamento tinha quem dirigisse os seus trabalhos.
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No mesmo dia, dois transmontanos do distrito de Vila Real assumiram os dois cargos mais importantes da nação depois do chefe de estado.
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