sexta-feira, junho 11, 2021

Tarzan como comentador

 Há uma epidemia nacional há muito espalhada e que contamina sobretudo comentadores de tv e treinadores de futebol. Não vejo medidas profilácticas, alertas para o contágio, barreiras para impedir a progressão e muito menos curas. O Dez de Junho também devia servir para se falar deste flagelo.


Refiro-me obviamente à mania de começar as frases no infinitivo. Todos os dedos de todas as mãos do país seriam poucos para contar a quantidade de vezes que ouvimos frases começadas por "dizer que...", "afirmar que...", "realçar que...", "assinalar que...", "lembrar que..." e tantos outros verbos no infinitivo seguidos de "que".

Tal como a escrita rápida de sms, o acordo ortográfico e a linguagem neutra para "não ofender", esta forma de falar é mais uma causa de empobrecimento da língua. Há imensas maneiras de se aplicar um verbo no início de uma frase, mas usar o infinitivo é preguiçoso, além de errado, e é mais digno da fala do Tarzan. Ninguém se admire se lá chegarmos.

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