segunda-feira, maio 23, 2005

Campeões enfim!



Como escrevi no post anterior, sofreu-se muito no jogo do título. No segundo tempo, com o empate a uma bola, o nervosismo era dominante, os cânticos tímidos e as provocações boavisteiras constantes. Eu estava pessimista, pensando que ainda iríamos perder o desafio. Um amigo meu, sentado ao lado, só queria saír dali. Mas a entrada de Mantorras deu novo ânimo à equipa. Subitamente, a notícia do golo da Académica provocou ondas de alegria e pôs o público a gritar "campeões, nós somos campeões!". Ainda me atrevi a dizer que faltavam uns minutos, mas retorquiram logo que o jogo das Antas tinha acabado e que o título estava ganho. Ainda assim, só ao apito final é que soltei um brado pela conquista do título há tanto tempo esperado (saí do estádio quase rouco, com tanto "ninguém pára o Benfica" e tanto "SLB, glorioso SLB"), abraçando-me ao meu amigo e aos anónimos adeptos que me rodeavam. Os jogadores deram a volta triufal ao estádio, perante o delírio da massa vermelha. Antes do fim do jogo, ainda houve uns boavisteiros mais truculentos, desejando avidamente a nossa derota: de nada adiantou, os adeptos axadrezados saíram calados e a festa ficou só para nós. Um momento único, uma sensação de alívio-dúvida-pelo-momento-em-questão formidável.

Só tive pena de ter ficado largas dezenas de minutos à espera da camioneta do Benfica, quando afinal ela saíu por outro lado, e mais ainda por não ter ido a Pedras Rubras. Mas o mais importante era mesmo o jogo, e a esse não faltei.

O título é mais que justo: com um plantel curto e espremido, Trapatonni conseguiu, com o seu pragmatismo, dar-lhes a confiança necessária e o empenho mínimo para ganhar o campeonato. Não houve aqui "colos" nem ajudas extra. Com um Porto irreconhecível e um Sporting irregular, o Benfica aproveitou e levou o título. O técnico italiano está de parabéns, assim como os jogadores e demais elementos técnicos (não esquecendo Rodolfo Moura). E, claro, Luís Filipe Vieira e também, imagine-se, José Veiga.

Os nossos sonhos serão doravante vermelhos. Em matéria de futebol, podemos dormir descansados: o título está enfim em boas mãos. Onze duros, penosos e difíceis anos depois.

E lá fora a festa ainda dura...

Ps: a festa durou até ás tantas, não sem que um punhado de trogloditas agredissem adeptos benfiquistas na baixa do Porto e na Rotunda da Boavista, queimando cachecois e atirando objectos. O facto do seu líder se auto-apelidar "Macaco" explica o porquê dos gestos (e feições) simiescos daquelas criaturas. Que, diga-se de passagem, formam a guarda pretoriana da direcção do FCP e são por ela financiados e apoiados. O que não deixa de ser bastante revelador.

Ps2: tive há pouco a oportunidade de, num relance, cumprimentar Giovanni Trapatonni e de lhe agradecer o título (além de não resistir a pedir o respectivo autógrafo). Não queria deixar de o fazer antes deste grande senhor deixar o Benfica, como parece provável. Afinal não é todos os dias que se está frente a frente com uma lenda do futebol, sobretudo quando essa mesma lenda deu ao nosso clube o título por que esperávamos à anos.

8 comentários:

Anônimo disse...

Tambem usas um cachecol a dizer " Anti-Tripeiros " . Tens uma grande massa adepta,mereces o clube que defendes.
Tripeiro sempre

João Pedro disse...

Nunca usei cachecois que tivessem quaisquer referências a clubes adversários, nem me sentiria bem se alguma vez o fizesse. Até porque sou igualmente tripeiro. Não sou é andrade, que é uma coisa bem diferente.
Mas obrigado pela reconhecimento: a nossa massa adepta engoliu o país, de norte a sul, apesar das ameaças de alguns cromagnons de serviço.Em vão, porque o Benfica mostrou ontem quão grande é.

Luis disse...

Ontem não houve apito dourado. Este época foi todo avermelhado. Nem festas sabeis fazer.
O que vale é que isto foi pura ilusão. Em Dezembro estais fora da LC e no Natal a 20 pontos do primeiro.
Se fossem humildes na vitória escusavam de ouvir certas coisas.

João Pedro disse...

Agora temos videntes a prever a próxima época. ainda nem se fizeram as contratações e já vêm os entendidos do costume com as suas previsões "infalíveis".
qaunto ás festas, à "ilusão" e ao "apito vermelho" depreendo que seja uma enorme azia que por aí vai. O que se viu ontem foi uma ONDA VERMELHA GIGANTE, comemorações de norte a sul, e por todo o mundo como nenhum outro clube em Portugal poderia fazer.E era bem real.
Mas estes comentários não me surpreendem: o Benfica, grande como é, provoca uma inveja danada aos seus adversários. Lamento, mas o jejum acabou e agora terão de se voltar a habituar ao facto do maior clube português dominar de novo.

A. Narciso disse...

Valeu a pena a longa espera. Já tinha saudades de ver a avenida da liberdade pintada de vermelho. A nação benfiquista já merecia uma alegria destas, assim como mereceu a sportinguista em 2000. E ninguém para o Benfica allez :)
Abraço

NUNO FERREIRA disse...

Viva o Benfica e mais nada. A gente não precisa de usar cachecois anti isto ou aquilo nem de bater em inocentes. Ganharam a Taça UEFA, ganharam a Liga dos Campeões no ano passado, porquê tanto complexo de inferioridade? Viva o SLB e abaixo as claques organizadas seja de que clube for.

Anônimo disse...

Se há coisa mais nojenta neste mundo é um gajo que nasce no Porto e é mouro. Nem digas que és Portuense. Viva o apito encarnado!!!!

João Pedro disse...

Dois anos depois, ainda há tipos com dor de cotovelo. Não há nada mais ridículo do que tipos com urticária por haver portuenses benfiquistas. Acontece que nem todos obedecemos à ditadura pintodacostista, ao contrário da malta que fala no "apito encarnado", provavelmente para encobrir as vigarices que duraram anos e anos.