segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Óscares, ano 80
Mais uma edição de Óscares, depois da ameaça da greve dos argumentistas. A resolução tardia do diferendo não impediu que Jon Stewart estivesse em forma. com prejuízo do sono, aguentei-me até saber quem era o melhor actor, coisa que nem oferecia grandes dúvidas. Espantei-me com Óscar de melhor actriz da jovem, doce e pouco conhecida Marillon Cotillard, em lugar de julie Christie, mas é sabido que Hollywood se péla por biopics e por maluqinhos, e a icónica e trágica carreira de Piaf merecia a estatueta. aliás, deve ter sido a sessão entre as oitenta que já houve em que mais franceses foram premiados. A política de reconciliação com os EUA de Sarkozy já produz resultados.

Daniel Day-Lewis, pelo que ouço dizer, teve uma das melhores interpretações dos últimos anos, como aliás já nos habituou sempre que resolve voltar para as telas. entre a modéstia e a emoção, ficam na memória o beijo facial a Clooney e a genuflexão perante Helen Mirren, o que não admira, já que o actor um súbdito da Rainha. Também o Óscar ao descontraído Bardem não teve piada, tamanha era a antecipação. Já o triunfo de Tilda Swinton espantou; esperava tudo que a estatueta caísse nas mãos do Bob Dylan de Cate Blanchett; mas a divina australiana, nomeada para dois troféus, mostrou-se com divertido à vontade, consciente de que voltará a ganhar outra estatueta dourada (com o ritmo dos últimos anos, o mais provável é que qualquer dia esteja a competir com Merryl Streep em nomeações).

Tive certa pena que Persepolis não ganhasse o prémio de filme de animação, uma categoria que tem crescido em qualidade e visibilidade, mas de facto Ratatouille era demasiado forte para perder. De realçar vários filmes "menores" que ganharam vários Óscares (também "menores"), deixando Expiação, por exemplo, quase a nadar em seco.

Os Coen ganharam em filme e realização, como se previa. No Country for Old Men só existe entre nós em livro. Aposto que quando se estrear, daqui a dias, não lhe vai faltar público. Na mouche, senhores distribuidores nacionais. Quanto à dupla de grandes vencedores, é, se tirarmos Fargo, o coroar de uma carreira já longa, não isenta de tropeções, mas talentosa, segura, e com grandes momentos que certamente merecerão várias páginas na história do cinema

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