segunda-feira, março 17, 2008

Eliade em Portugal


Mais de sessenta anos depois, o Diário Português de Mircea Eliade é enfim traduzido para a língua do país que o acolheu no início dos anos 40. Eliade era então adido cultural da embaixada romena em Portugal, e viveu em Lisboa e Cascais (na rua da Saudade, com as traseiras sobre o mar, onde aliás uma placa relembra o morador). Filósofo, antropólogo e historiador, escreveu sobre religiões, história da Roménia e antropologia filosófica. Doutorou-se com uma tese sobre a prática do Yoga, depois de uma estadia na Índia. Politicamente esteve próxima da Guarda de Ferro, um movimento anti-semita que agregava fascismo e cristianismo ortodoxo, comandado pelo famigerado Corneliu Codreanu, mas não deixou de ser um apoiante do Conducator Ion Antonescu. Por causa dessa ligação, refugiou-se em França, depois da Guerra, e nos anos 50 mudou-se para o Estados Unidos, onde alcançou a cadeira de História das Religiões na Universidade de Chicago. Tornou-se cidadão americano e morreu em 1986, na "Windy City".

 
Deixa-nos agora as suas impressões sobre Portugal (por vezes fracas), Salazar (por vezes exaltantes) e os percursos, convivências e relações que manteve por cá. E ao que parece, esta edição não passou despercebida. Se não o tivesse encontrado com surpresa na montra de uma livraria, a blogoesfera ter-me-ia certamente avisado.

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