Esta coisa de ver Eça no Panteão deixa-me de pé atrás. Cerimónia muito digna e bonita, pois claro, mas é o tipo de celebração que poderia figurar n´Uma Campanha Alegre.
Por mim, preferia vê-lo em Santa Cruz do Douro. Não pel´A cidade e as Serras, cuja conclusão bucólica se deve a um dos filhos do escritor e não ao próprio. Nem era a "terra onde ele nasceu", como vi alguns ignorantes escreverem, logo ele que esteve lá um par de vezes. E Eça sempre se sentiu bem em Lisboa. Mas pelo Panteão em si. Não bate certo. Está afastado do seu espírito, da sua prosa. Pena que Garrett não tenha tido honras de Panteão quando morreu, até porque este ainda não existia, mas assim veríamos os comentários de Eça.
Mas mais curiosidade teria de ver o escritor viver mais vinte anos: que diria da I República, da Grande Guerra, de Sidónio, ele que não era republicano e tecia larga crítica à monarquia liberal? Teria derivado para ideias republicanas, como os confrades Guerra Junqueiro ou Batalha Reis, ou inflectido para o Integralismo Lusitano, como o mestre e companheiro Ramalho Ortigão? Podemos sempre imaginar, mas teria sido interessante que José Maria Eça de Queiroz tivesse ficado por aqui mais uns tempos.
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