terça-feira, fevereiro 17, 2004

Já vi o "Lost in Translation". Creio que só faltava eu, em toda a blogoesfera. Posso dizer simplesmente que Bill Murray, um dos meus actores preferidos desde os velhinhos "Gosthbusters", não terá surpreendido tanto quem tiver visto os "Tenembauns"; que simpatizei com Scarlett, provavelmente pelo seu ar de filósofa ingénua em busca de um outro Japão por trás das torrentes de vidro e néon; que Tóquio faz inveja à maior das Manhattans; e que jamais pensei que a solidão e o vazio se pudessem fazer sentir com tal intensidade numa urbe de vinte milhões de habitantes. Para onde irá Bill/Bob, assim acompanhado pelos nunca antiquados Mary Chain?

Também "Anything Else" está retirado da lista dos filmes a ver. Woddy nunca tinha sido tão neurótico como agora; Jason mostrou que o fim das "American Pies" o libertou definitivamente (embora com uns resquícios...); Ricci, com a sua silhueta angulosa, mostra de forma sublime o quão birrenta e neurótica pode ser. O Central Park nunca teve uma tão forte carga maníaca-obsessiva como aqui, no melhor filme de Allen nos últimos dez anos.

Mas ainda estou um pouco em estado de choque. Não digo coisa com coisa. Daqui a uns meses talvez compreenda a importância real destas duas películas.
E ainda falta "Big Fish", Santo Deus!

Ah, é verdade. Complemente-se o "Último Samurai" com "Lost in Translation" e veja-se a comparação de um Japão separado por meros 140 anos.

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