Ainda sobre a Casa
Além das críticas à Casa da Música que referi no post anterior, isto é, as razões economicistas, ouvi durante este fim-de-semana outro tipo de verberações e frases de reprovação. Só consegui apanhar os últimos segundos do Eixo do Mal, ainda a tempo de puvir José Júdice a apelidar o nosso novo pouso musical de "coreto", "que só servia para o Lou Reed", etc. Quer-me parecer que estes e outros exemplos de despeito que pude testemunhar não são mais do que manifestações de invejazinha mal disfarçada, a tão apregoada invejazinha dos portugueses, tão visível agora. Júdice mora, ao que julgo saber, no Algarve, e decerto que o facto de não ter tanta obra para mostrar (excepto as horribilidades de Sagres e a casa emprestada do Estoril) lhe pesou na alma. E quem diz Júdice diz outros, como os representantes da inteligentzia lisboeta (peço desculpa, mas tal coisa existe mesmo), talvez ofendidos pela valor nacional - e internacional - da Casa da esquina da avenida com a rotunda, como se uma obra não pudesse ter o mesmo valor em Celorico da Beira como no Chiado.
Despeito diferente teve Rui Veloso. O pai do rock português mostou sentimentos amargos em relação à obra, talvez por não ser ele a estreá-la , e chegou mesmo a menosprezar a vinda de lou Reed, com um desdém patético. É estranho, mas julgo que na canção que tornou conhecido o Rui, o Chico Fininho descia a rua ao som do mesmo Lou Reed. Seria o mesmo? Ou os tempos é que são outros?
E, e antes que me esqueça, não são só os eventos musicais que conservam financeiramente a obra: a julgar pela afluência no último fim-de-semana, e não só por causa dos Xutos e dos Pluto, a Casa promete também tornar-se um novo incremento à movida nocturna portuense, graças aos novos quatro bares à disposição. Os noctívagos assim o permitam.
terça-feira, abril 19, 2005
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