S. João 2007
Já perdi muitos S. Joões na vida: ou por qualquer razão não estava no Porto, ou tinha sempre exames no dia 25. Era sem dúvida a minha grande trsiteza. A grande festa portuense, a mais popular das comemorações, as boas vindas ao Verão, com manjericos, sardinhas e martelos a ajudar, nunca deixou de ser a minha preferida. Natal e Páscoa são festas de família, não ligo ao Carnaval, e os anos são como calhar. Mas o S. João não, Quando podia festejar era fantástico, e raras eram as vezes em que não voltava já com dia pleno.
Mas este ano, curiosamente, quase não saí. Tenho trabalho na semana que vem, é certo, mas nada que me tirasse a noite de Sábado. Mas o sono acumulado e as escassas combinações que tinha ventilado acabaram por falar mais alto. Limitei-me a dar uma volta a pé pela Avenida, a olhar os balões luminosos confundindo-se com as estrelas, a ver os grupos de foliões a passar, com a música de Abrunhosa na Casa da Música e o arraial do Meridien como músicas de fundo. Ainda entrevi os clarões do fogo de artifício, antes de regressar a casa. E por aí se ficou o S. João 2007.
Recordei a mesma noite, noutros anos: os carroceis do Passeio Alegre, o fogo da ponte e as dezenas de barcos no Douro, os bailaricos populares entre a Ribeira e a Cantareira, com paragens em Miragaia e no Ouro, as praias da Foz ao alvorecer, os arraiais em Nevogilde, no largo Garcia da Orta ou na Praça Afonso V, as festinhas na Foz velha, entre a rua da Cerca e do Alto Vila, o regresso estafad a casa, sempre a pé, já com dia (mas nem sempre com sol, que a orvalhada Às vezes prega partidas), etc. Nunca estive, confesso, na Baixa, nas Fontaninhas ou em S. Lázaro neste noite. Mas ubíquo era Santo antónio. O mais estranho é que este ano estive na festa do originalmente conhecido como Fernando Bulhões, em Lisboa, e provavelmente irei também ao S. Pedro. Única falha dos Santos Populares: o santo baptista e rapioqueiro, o mais querido da minha cidade, do qual até tenho o nome. Num ano em que poderia fazer o pleno, faltam-me elementos de comparação.
O pior é que andando entre Lisboa e Porto, não sei quando voltarei a gozar condignamente o S. João. Espero que o mais breve possível. Voltar Às memórias festivas é viagem que se deve fazer sempre que possível, enquanto os anos e o ânimo o permitir. E, quem sabe, passar nas Fontaínhas e na Batalha sob a protecção da cascata Sanjoanina, entre matrecos e martelinhos.
domingo, junho 24, 2007
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Um comentário:
Deixei um comentário em "Norte pela Vida" mas parece que este é que é o blog principal.
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