As presidenciais francesas, como se percebeu, vão ser uma guerra até à sua segunda volta, apesar do favoritismo de que goza Hollande. O que fica como maior curiosidade é que o fenómeno Mélenchon acabou por se revelar muito menor do que se previa, e que Marine LePen ficou próxima do que as sondagens há uns tempos lhe atribuíam. conclusão: a Frente Nacional continua a agregar os votos do operariado (ou ex-operariado) que roubou ao Partido Comunista nos anos oitenta e a gerir os receios dos franceses. Desta vez, com a tónica no "perigo islâmico", e aparentemente com sucesso, porque colhe votos entre luso-descendentes e até de africanos subsarianos, quem sabe se com medo do Islão, dados os acontecimentos recentes na Nigéria. Não são votos de direita clássica, nem ideológicos, mas de empregados precários, semi-reformados, operários, pequena burguesia que deixou de acreditar nos comunistas. E é por isso mesmo que muitos deles preferirão votar em Hollande na segunda volta, a não ser que este se exceda em declarações amorosas multiculturais e a mensagem de Sarkozy passe mesmo. E vamos a ver o que fazem os votantes de Bayrou.
quinta-feira, abril 26, 2012
Os votos da Frente Nacional vão para quem?
As presidenciais francesas, como se percebeu, vão ser uma guerra até à sua segunda volta, apesar do favoritismo de que goza Hollande. O que fica como maior curiosidade é que o fenómeno Mélenchon acabou por se revelar muito menor do que se previa, e que Marine LePen ficou próxima do que as sondagens há uns tempos lhe atribuíam. conclusão: a Frente Nacional continua a agregar os votos do operariado (ou ex-operariado) que roubou ao Partido Comunista nos anos oitenta e a gerir os receios dos franceses. Desta vez, com a tónica no "perigo islâmico", e aparentemente com sucesso, porque colhe votos entre luso-descendentes e até de africanos subsarianos, quem sabe se com medo do Islão, dados os acontecimentos recentes na Nigéria. Não são votos de direita clássica, nem ideológicos, mas de empregados precários, semi-reformados, operários, pequena burguesia que deixou de acreditar nos comunistas. E é por isso mesmo que muitos deles preferirão votar em Hollande na segunda volta, a não ser que este se exceda em declarações amorosas multiculturais e a mensagem de Sarkozy passe mesmo. E vamos a ver o que fazem os votantes de Bayrou.
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