quarta-feira, novembro 21, 2012

Quem vai à guerra dá e leva


Nem ia falar do caso da chuva de pedras protagonizada por radicais em frente ao Parlamento, seguida de carga policial, se não aparecessem agora uns patuscos "activistas" que "repudiam a carga policial injustificável e indiscriminada". Se é certo que houve alguns excesso da polícia e alguma indiscriminação, e seja questionável se tinham de ir até ao rio, já a justificação da carga em si parece óbvia. Um grupo de meliantes de cara tapada arranca pedras da calçada e atira-as às forças do ordem, assim como coktails molotov, e esperavam que a polícia ficasse muda e queda, mesmo depois de lançar avisos prévios por megafone (perfeitamente audíveis nos videos do momento)? Ao ler as razões invocadas pelos tais "activistas" não vejo uma crítica, uma recriminação sequer aos bárbaros que provocaram o caos, o que me leva a crer que na realidade façam parte desses grupelhos e sejam, pelo menos alguns, as mesmíssimas pessoas. No mínimo tentam esconder os seus actos.
 
 
Em relação ao que ouve dizer, que empurraram mulheres com crianças nos braços, que mendigos foram agredidos, já se sabe que em cargas policiais há sempre excessos (e com a raiva acumulada de receber tantas pedradas e insultos...) e que o ideal seria distinguirem-se uns e outros, sem envolver sem-abrigo nem outros transeuntes. Acontece que não vivemos num mundo perfeito - senão os pseudo-anarquistas de cara tapada não existiriam - e quem leva crianças para um ambiente tenso, impróprio e violento como o que se verificou é coisa que não cabe na cabeça de uma pessoa minimamente sensata. Quererão alguns fanáticos que os miúdos aprendam técnicas de desobediência civil desde tenra idade?
 
E como vale a pena recordar a sabedoria popular, "quem vai à guerra dá e leva". Eu também já assisti a manifestações como simples espectador sem opinião e sujeitei-me às consequências. Aliás, nos primórdios desta espelunca, relatei mesmo uma refrega a que assisti em Paris, quando a polícia de choque reagiu com gás lacrimogêneo a um avanço dos bombeiros que protestavam por uma medida relacionada com os escalões da profissão, ou uma questão burocrática do género. como estava a fotografar a cena, apanhei com o gás em cima. evidentemente não pensei em ir inscrever-me numa qualquer associação de vítimas da "violência policial" para fazer birrinha. Lavei a cara, esperei que o efeito passasse e fui para uma zona mais sossegada. E se os activistas se deixasse de mariquices dissessem o que pensam da cena de lapidação, destruição da via pública e de contentores de lixo? Talvez pela resposta se ficasse a perceber se têm culpas no cartório e não estão a desviar as atenções.

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