sexta-feira, novembro 30, 2012

O risco de Scolari

 
Scolari regressou à Selecção Brasileira, para substituir Mano Menezes e comandar o Brasil no Mundial caseiro de 2014. Um erro das duas partes. Para começar, em obediência à máxima que estipula que "não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes". Depois, o actual "time" da Canarinha não é dos melhores que já teve. É certo que até o Mundial há tempo para reunir um bom conjunto com um mínimo de coesão. Scolari até já deu provas disso, inclusive no cargo que ocupa, quando em 2002 reuniu um grupo desgarrado e, com o génio de Ronaldinho Gaúcho e rivaldo, conquistou o título mundial. Mas e se o Brasil falha? Pior, se falhar na final? Dá para avaliar a dimensão do trauma? Felipão tornar-se-à então o primeiro treinador a perder uma final de um Europeu e uma final de um Mundial em casa. Ficaria assim amaldiçoado na história do futebol, o que convenhamos, é injusto. Mas há mais: este é o segundo Mundial de futebol que o Brasil organiza. O primeiro, como os mais estudiosos da matéria devem saber, deu-se em 1950 e acabou com o Maracanazo, a célebre vitória do Uruguai de Schiaffino e Ghiggia sobre o Brasil em pleno Maracanã, provavelmente no jogo com mais espectadores de sempre. Ora se semelhante desastre voltar a acontecer, não é só Scolari que fica amaldiçoado. A partir daí, e supersticiosos como são, nunca mais os brasileiros quererão pensar em organizar mais competições do género em casa. E o Maracanã deixaria de ser o altar desportivo do Brasil para se tornar numa arena funesta e maldita, condenadaa prazo à demolição. Se cuida, Felipão.
 
 

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