À 3ª jornada já dá para fazer uma análise assim-assim do Benfica desta época. O "defeso" revelou-se atribulado, com as saídsa de boa parte dos titulares, algumas previsíveis ou conhecidas (Rodrigo, André Gomes, Garay, Siqueira), outras mais repentinas ou traumáticas (Oblak, Markovic), maus negócios no aspecto financeiro (Garay) ou desportivo (de novo Oblak e Markovic), e alguns bons negócios pelo montante envolvido (Oblak, Rodrigo).
Apesar disso, e dos maus resultados na pré-época, culminando com uma goleada em casa do Arsenal (o que não admirou, já que o centro da defesa estava a cargo de Sidnei e do jovenzinho César), a equipa mostrou que não tinha desaprendido de jogar futebol nos jogos oficiais que teve até agora. O problema é a dificuldade em marcar golos, mas sem um artilheiro de raiz não se pode esperar muito mais. No jogo da supertaça, por exemplo, contra um bom Rio Ave, deu para ver isso mesmo. Um bom jogo que podia não ter servido para nada pela míngua de golos, e que só se salvou nos penaltys.
Das contratações, Talisca tem mostrado qualidade, mas precisa ainda de experiência e músculo. Derley pode ser útil, Bébé é um risco calculado (talento não lhe falta, e o grande salto na carreira deu quando se mudou para Manchester, pelo que a adaptação a grandes palcos não será complicada), Eliseu não faz esquecer Siqueira, mas cumpre e tem um remate precioso. Ainda não deu para avaliar Benito, não conheço Samaris, apesar dos elogios e do preço,e quanto a Lisandro Lopez e Pizzi, tenho algumas expectativas, pelo que mostraram quando estiveram emprestados, mas a verdade é que ainda não mostraram o que valiam no Benfica.
Jesus disse que precisava de um guarda-redes e de um avançado. Guarda-redes já temos, e nesta altura e com os meios disponíveis dificilmente encontraríamos melhor que Júlio César, ex-guardião das redes do Brasil, do Inter milanês e do Flamengo, de qualidade, experientíssimo, e sobretudo de grande força psicológica, pelo que a derrocada do Brasil no mundial não o deverá afectar. Os brilharetes de Artur a defender penaltys mantiveram-no no posto, mas depois de mais um par de disparates que custaram dois pontos contra o Sporting (Chutar a bola na direcção em que Carrillo vinha? Quase apetece perguntar se era de propósito), já não há condições e Júlio César pode então ocupar o seu novo lugar de trabalho, para que afinal de contas o contrataram. Quanto à necessidade de um avançado, ficou cabalmente provada esta tarde: não sei quantas oportunidades construídas por Gaitan e Salvio desperdiçadas pela ausência de um homem golo. Enquanto não chega um, e esperemos que esteja para breve, resta-nos amaldiçoar a suposta birra de Jesus para com Nelson Oliveira, que podia ajudar. Entretanto, se Enzo sair, ficamos com mais problemas. As lesões prolongadas de amorim e Fejsa fragilizam o meio-campos, e os que estão são poucos. Por isso, comprar um artilheiro, manter Enzo (a não ser que paguem a cláusula de rescisão, até porque o dinheiro é bem necessário) e apostar em jogadores como Lisandro e Oliveira é imperioso. Ainda assim, adivinha-se um ano complicado. E o sorteio da Liga dos Campeões não ajudou...
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