A escolha de Fernando Santos não espantou absolutamente nada nem ninguém. Era o preferido de todos, o nome dele já circulava em toda a parte como sendo o favorito à sucessão de Paulo Bento, é experiente e está sem clube. O único entrave são os oito jogos de suspensão, mas aparentemente há ainda hipóteses de reduzir o castigo nas instâncias desportivas competentes.
Mas é possível que se fosse há quatro ou cinco anos esta escolha causasse surpresa. Na altura, Santos tinha tido uma passagem pelo Porto, em que depois de se sagrar "engenheiro do penta" conseguiu perder um campeonato para o Sporting com Jardel no plantel; passou depois pelo mesmo Sporting numa época para esquecer, caindo para terceiro lugar mesmo no fim, e mais tarde treinou o Benfica sem resultados visíveis, ficando a escassos dois pontos do 1º lugar mas sem entusiasmar, acabando despedido (provavelmente cedo demais) no início da época seguinte.
O que provavelmente alterou a imagem deste treinador competente mas sem grande chama foi a carreira à frente da selecção grega. Fernando Santos conseguiu levar uma equipa envelhecida e sem grandes jogadores a um Europeu e um Mundial, e mais ainda, a ultrapassar as fases de grupos contra adversários mais cotados e com imensas adversidades (no Europeu de 2012 começou perdendo 4-1 com a Rússia). Mostrou que é treinador para uma selecção, talvez mais até do que de clube. E a imagem cinzenta a que normalmente o associavam desapareceu, tornando-o favorito nesta sucessão com desfecho previsível. Santos tem agora a missão de fazer o mesmo com a Grécia: colar os cacos da derrota com a Albânia, aproveitar ao máximo uma selecção envelhecida e tentar descortinar novos valores (tarefa para o seu adjunto Ilídio Vale). É difícil, mas é homem para isso. E é sempre bom ver alguém afirmar que tem orgulho em servir o seu país sem que soe a falso nem a estratégia para obter votos.
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