Na sua maioria, os prémios Nobel da Paz são controversos, irrelevantes, politicamente tendenciosos (ou politicamente correctos). Mas o que se atribuiu hoje a Malala, ex-aequo com o indiano Kailash Satyarthi, responsável pelo combate à escravatura infantil na Índia, é inteiramente merecido. Malala Yousufzai, a miúda paquistanesa que ia morrendo às balas dos taliban por resistiu às interdições de ir à escola tornou-se um exemplo contra a absoluta barbárie dos que nem contra as crianças hesitam em disparar, um exemplo qu está a ser seguido naquele desgraçado país. Kailash não o conhecia, mas a sua causa é em tudo semelhante à de Malala. No fundo, dois lutadores pelos direitos das crianças no difícil sub-continente indiano. Os mesmos problemas no mesmo espaço geográfico.
Também o Papa e Edward Snowden eram dados como candidatos ao galardão. O meu voto não iria para nenhum dos dois. O Papa porque não é um mero activista nem a Igreja uma simples ONG, e a busca pela paz entre os homens é inerente à sua Missão. Snowden também não porque embora as suas atenções fosse certamente honestas, colocou os sistemas de segurança dos EUA em risco e a o prémio serviria às mil maravilhas a propaganda russa (recorde-se que Snowden reside em Moscovo) nestes tempos de uma nova guerra fria.
Por isso é de saudar os membros comité do Nobel: hoje não se enganaram nem premiaram escolhas manhosas. Antes resolveram recompensar quem luta por uma das causas mais nobres.
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