quinta-feira, novembro 13, 2014

Requiem pelos telemóveis da Nokia


A notícia de que a Nokia vai deixar de fazer telemóveis deixou-me com uma imensa saudade do presente. É que os meus aparelhos sempre foram da marca finlandesa e sempre usei cada um por um longo tempo. Não percebo, francamente, qual a necessidade de se mudar de telemóvel todos os anos, mas deve ser por causa desta fantástica era hiper-consumista e efémera em que vivemos. Também nunca precisei de nenhum smartphone com não sei quantas aplicações, a maior parte totalmente inúteis, dentro das que têm a sua piada. Têm uma estética atraente, mas sinceramente, não vale o preço. Para mim, um telemóvel serve para falar, mandar mensagens e vá lá, ouvir música e eventualmente tirar fotografias, embora isso acabe por ser uma permanente violação da vida privada. E para essas funções, os telemóveis Nokia são perfeitos. Pequenos, funcionais, duradouros, por vezes com uma estética elegante, não era preciso mais nada. Mas a avalanche de i-phones, blackberrys, androids e tudo o mais levou a que esses telemóveis começassem a ser menos e menos vendidos, e a Nokia, a grande empresa finlandesa de comunicação, tendo apostado timidamente nesse mercado, acabou tomada, na prática, pelo Microsoft. Agora anunciam-nos que a parceria entre as duas empresas de comunicação vai fazer com que os telemóveis smart (Lumia, parece que se chamam assim) levem apenas a assinatura da Microsoft, o que significa que a Nokia vai deixar de produzir telemóveis em nome próprio. É o fim de uma era das comunicações, quase tão chocante como o caso da Kodak. Espero que não seja o fim dos telemóveis simples. Senão, e quando o meu Nokia actual chegar ao momento de inevitavelmente ir repousar, seremos todos obrigados a usar smartphones, caríssimos e carregadíssimos de inutilidades, ou ainda há escapatória?

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