Para lá da demissão de Miguel Macedo do seu cargo de Ministro da Administração Interna (aliás um dos mais competentes deste Governo), começou-se finalmente a falar a sério da questão dos vistos gold e de tudo o que eles acarretam, de bom e de mau (principalmente). É que se se trata de atribuir nacionalidade a quem dá mais dinheiro, como uma espécie de brinde pela compra de imóveis, e assim dar também alguma dinâmica ao retraído mercado imobiliário, não estaremos muito longe das vendas de indulgências aos mais ricos, que provocaram a Reforma protestante, além de que, como já várias pessoas lembraram, é de uma incrível falta de vergonha se comparados com os refugiados que esperam anos, muitas vezes em vão, para adquirir a nacionalidade de um país europeu (sem falar nos filhos desses refugiados ou emigrantes, que nem o facto de nascerem na europa, muitas vezes, lhes dá um passaporte). É mais um caso em que o utilitarismo puro - a atribuição de um passaporte em troca de dinheiro (para lavagem?) e um imóvel - supera qualquer senso moral. Nem tudo o que luz é gold, e neste caso há muito pouca luz a incidir sobre ele.
quarta-feira, novembro 19, 2014
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