O reconhecimento do cante alentejano como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO surpreendeu-me pela rapidez da aprovação. Julgava que ia demorar anos, que iriam esperar algum tempo depois de igual reconhecimento do fado, e que por comparação, a música do Alentejo estaria uns degraus abaixo. Mas olhando bem, vêem-se tantas tradições culturais a receber a mesma "categoria", e algumas delas que até nos parecem muito mais irrelevantes, que este galardão afinal acaba por ser lógico e perfeitamente justo. Será o cante, com a sua melodia arrastada, melancólica e misteriosa, legado das passagens de árabes e judeus pelo território agora de Portugal, inferior, por exemplo, ao Carnaval de Alost? Talvez daqui a alguns anos outras tradições culturais musicais, como o vira, o fandango ou corridinho, tenham a mesma sorte. Para já, há que nos congratular com o facto do cante alentejano, ter sido ouvido em Paris por estes dias (há quem ache que pode ser um novo chamariz turístico, para além do sol e da praia), e por ser ensinado de geração em geração nas escolas, uma vez que na agricultura é coisa quase impossível. Um abraço a todos os alentejanos que o fazem ouvir, nos grandes auditórios de Paris ou nas tabernas de Serpa.
terça-feira, dezembro 02, 2014
A justa consagração da identidade alentejana
O reconhecimento do cante alentejano como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO surpreendeu-me pela rapidez da aprovação. Julgava que ia demorar anos, que iriam esperar algum tempo depois de igual reconhecimento do fado, e que por comparação, a música do Alentejo estaria uns degraus abaixo. Mas olhando bem, vêem-se tantas tradições culturais a receber a mesma "categoria", e algumas delas que até nos parecem muito mais irrelevantes, que este galardão afinal acaba por ser lógico e perfeitamente justo. Será o cante, com a sua melodia arrastada, melancólica e misteriosa, legado das passagens de árabes e judeus pelo território agora de Portugal, inferior, por exemplo, ao Carnaval de Alost? Talvez daqui a alguns anos outras tradições culturais musicais, como o vira, o fandango ou corridinho, tenham a mesma sorte. Para já, há que nos congratular com o facto do cante alentejano, ter sido ouvido em Paris por estes dias (há quem ache que pode ser um novo chamariz turístico, para além do sol e da praia), e por ser ensinado de geração em geração nas escolas, uma vez que na agricultura é coisa quase impossível. Um abraço a todos os alentejanos que o fazem ouvir, nos grandes auditórios de Paris ou nas tabernas de Serpa.
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