Morreu Helmut Schmidt. Não andava longe dos cem anos - 96, para ser mais preciso - e até há bem pouco tempo ainda dava entrevistas. Exerceu o cargo de Chanceler da RFA entre 1974 e 1982, com o apoio dos liberais, sucedendo a Willy Brandt, depois da demissão deste por causa do caso do seu assessor, que era afinal um espião da RDA. Exerceu o cargo durante dois mandatos bastante agitados. Teve de enfrentar o período de maior virulência dos atentados terroristas da Fracção do Exército Vermelho, mais conhecido como Baader-Meinhof. Defendeu a CEE e os alargamentos ao Sul, defendeu a NATO e permitiu a instalação dos "euromísseis" na RFA, perante a ameaça dos mísseis da URSS e contra a opinião dos pacifistas "antes vermelhos que mortos". Além de todos esses trabalhos ainda reforçou os benefícios sociais. Seria substituído em 1983 por outro Helmut, Kohl, que ficaria 16 entre as chancelarias federais de Bona e Berlim.
Schmidt não tinha grandes problemas em dizer tudo o que pensava. Acima de tudo, conservava uma enorme incorrecção política para os tempos que correm: apesar de usar um peacemaker há mais de 30 anos, fumava que nem uma chaminé, em toda a parte, mesmo onde era proibido, e não abandonou o fumo até à morte (com 96 anos, recorde-se), na cidade onde tinha nascido, Hamburgo. Um sério embaraço nos locais onde fumar é estritamente proibido e uma autêntico desafio à lógica dos malefícios do tabaco.
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