sexta-feira, março 11, 2016

Marcelo presidente

 
É oficial: Marcelo Rebelo de Sousa é o novo chefe de estado, já começou a quebrar o protocolo e as medidas de segurança e tem taxas de popularidade gigantescas. Não haja dúvida, é mesmo o oposto de Cavaco Silva, que exigia medidas securitárias exageradas em todas as situações e em todos os momentos. Mas é impossível não exibir pelo menos um sorriso nestes dois dias de Presidente Marcelo. Quebra as expectativas ao chegar a pé pelo lado oposto ao previsto, organiza um concerto nas ruas, homenageia mais portugueses do que era habitual e ainda estende a tomada de posse à segunda cidade do país. Hoje, na sua vinda ao Porto, na saída da câmara, na sua passagem no automóvel (a dada altura queria fazer o percurso entre os Aliados e o Palácio de Cristal a pé) e na visita ao bairro do Cerco, ficou visível a empatia que tem com o público e a espontaneidade dos gestos (digo não só pelas imagens mas também pelo que me contou quem esteve na cerimónia). Resta saber como será o mandato propriamente dito e a sua relação com todos os problemas que previsivelmente aí virão. Mas é sempre salutar ver um chefe de estado com tal à vontade e com um discurso de esperança. Quase que me concilia com a república. Mas falta o quase.
 
 
 
E só mais uma nota: aquelas bancadas do BE, do PCP e apêndices podem não ter aplaudido (julgo que com a excepção de uns BEs cá do burgo) porque "compreenderam bem o discurso de Marcelo que os desarmou e se aplaudisse freneticamente isso não caía bem entre as suas bases", segundo Freitas do Amaral. Mas quem passa o tempo a defender a Constituição, a república, e quando lhes convém, a democracia, devia ter um mínimo de coerência e aplaudir alguém eleito por mais de metade dos eleitores, que representa a república e que jura perante a CRP. Ao não o fazer, desrespeitam tudo aquilo por que se dizem bater. Mas não espanta nada vinda de formações com base no marxismo-leninismo, no maoísmo e noutros -ismos pouco recomendáveis, e que nunca tiveram o mínimo de respeito pelos seus adversários e ignoram olimpicamente o que seja a educação democrática. E pensar que desde Outubro que dizem que "a direita está raivosa". Nesse caso, a extrema-esquerda está esquizofrénica. Que sirva de aviso ao PS.

Um comentário:

septuagenário disse...

A esquerda esquisita que temos vai ter muitas saudades do seu "Bombo da festa" que se reformou.

Estão já a ensaiar com o novo "Bombo"