Os célebres "Mirós" que pertenciam ao espólio do BPN e que tanta celeuma levantaram quando os tentaram vender vão mesmo ficar em Portugal e serão expostos amanhã em Serralves. Em príncipio ficarão no Porto, ainda não se sabe onde, mas já chamaram Siza para providenciar uma solução. Há que dar palmas mais uma vez ao empenho da CM do Porto em manter a colecção por cá. Mas nalguma coisa eu estaria em desacordo com Rui Moreira. Percebo perfeitamente que sejam expostos para todos os admirarem, e até que vão em exposição itinerante a outros pontos do país. Mas depois disso, reiniciaria o processo de avaliação do seu valor, sem pressas, para a sua posterior venda. Sim, preferia que fossem vendidos. Afinal de contas pertenciam a um banco no qual o estado depositou um valor incalculável, com repercussão nas contas públicas, de que todos se queixam. O mais lógico seria mesmo vendê-los para ir amortizando as perdas. Deveria ser o destino lógico dos bens dessa escabrosa aventura que deu pelo nome de BPN. Até porque Miró, ao contrário de Domingos Sequeira, nem era português, nem estes quadros, dizem os entendidos, correspondem ao período de maior fulgor artístico. O risco de obras nacionais saírem do país não se coloca. Por isso, podiam expô-los e daqui a uns tempos procediam ao seu leilão, podendo até o dinheiro obtido ser aplicado noutras áreas da cultura, que bem precisam. Mas ao que parece já ninguém se rala muito com o BPN a tentativa de minimizar o seu buraco. Depois não se queixem quando houver cortes ou aumentos de impostos. É o que dá um país pobre e endividado querer passar por rico.
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