sexta-feira, outubro 26, 2012

A queda de um mito vivo



Causa-me enorme impressão o "banimento" de Lance Armstrong do ciclismo, o seu nome riscado, os títulos anulados de um ápice. Bem sei que o doping é a degenerescência do desporto, mas se passaram tantos anos até descobrirem que a equipa de Armstrong usava substâncias proibidas, não será possível que os seus adversários não tenham feito o mesmo? No fundo, acabaria por ser uma competição entre os melhores dos dopados, acarretando com uma certa justiça. Depois, o desporto precisa de heróis, de símbolos, de figuras. O americano era A figura do ciclismo, tendo ultrapassado os antigos ídolos franceses do Tour, o espanhol Indurain e o belga Eddy Merckx. A história da superação do cancro ajudava ainda mais à sua aura de herói que, "mais do que prometia a força humana", ultrapassou todos os obstáculos e pulverizou recordes. Com as decisões dos organismos internacionais que tutelam a modalidade de lhe retirar todos os títulos e bani-lo para sempre do selim, qual República de Veneza ao Doge Faliero, acabou-se com um mito e varreu-se a história recente do ciclismo. Pode muito bem ser o início de uma longa agonia. Irá a história reabilitar o texano, o seu mito e o próprio Tour, ou deixá-lo-à como exemplo dos que subiram demasiado alto e caíram em desgraça?
 
 

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