quinta-feira, julho 25, 2013

Corrigindo erros antigos



A nova composição do governo - afinal de contas aquilo que estava previsto antes da intervenção de Cavaco Silva - tem algumas vantagens. A divisão dos Ministérios da Agricultura e do ambiente em dois titulares é a correcção de um disparate que só teve lugar por causa do tacticismo partidário na hora de dividir pastas e que apenas deu acrescidas canseiras à voluntariosa Assunção Cristas (que para mais nem é especialista nas matérias). Jorge Moreira da Silva é um especialista em questões ambientais e alterações climáticas (era relator desta matéria no Parlamento Europeu e também passou pela ONU) e a sua entrada para a cadeira só peca por atraso. Além do mais, fica também com a energia a seu cargo, aliviando o outro super-ministério, o da Economia, que perde ainda a pasta do emprego para Mota Soares, noutra correção positiva.
 
Precisamente, na Economia, entra Pires de Lima, um ministeriável há anos. É verdade que conhece muito bem as empresas e os empresários e que tem uma larga e recomendável experiência atrás de si, e que será a pessoa indicada para se entender com Paulo Portas, que na prática fica com boa parte das matérias económicas. Mas soa um pouco a injustiça a saída de Álvaro Santos Pereira, que era realmente um OVNI quando cá aterrou vindo do Canadá, e não gozava de grande respeito dos media, mas que até teve iniciativas interessantes, como as que fizeram reviver a indústria mineira, entre outras, ou que permitiram um reequilíbrio da balança comercial.
 
A grande surpresa é a nomeação como Ministro dos Negócios Estrangeiros de Rui Chancerelle de Machete, um antigo nome grado do PSD, afastado das primeiras fileiras da política nacional desde o Bloco Central e que desde então se tem dedicado à Fundação Luso-Americana. Mas apesar dessa surpresa inicial, a ida de Machete para as Necessidades faz algum sentido: depois de ser apelidado durante semanas de "bando de garotos", convidar um veterano era a melhor forma do Governo se tentar livrar dessa "acusação". Por curiosidade, depois do falhanço da solução de Cavaco Silva, é precisamente um homem da velha guarda do PSD pré- Cavaco (e seu antigo opositor) que agora sobe a MNE e Ministro de Estado. E Paulo Portas, entretanto, quase suplanta o PSD. Ele há coisas...
 
 

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