Está um homem aqui posto em sossego a pensar em postar sobre as maravilhas do nosso país quando de súbito a realidade, que não pára, se antecipa. Ou neste caso, antecipa certos actos, como a demissão de Paulo Portas, apenas prevista para daqui a uns tempos. Estaria já por dias, a ser calculada para o melhor momento, ou terá sido a saída de Gaspar (melhor dizendo, a sua substituição por Maria Luís Albuquerque) a gota de água num copo que já desde a história da TSU ameaçava transbordar? As versões de Pedro e Paulo são contraditórias. A verdade é que Portas tem um registo interessante de facadinhas dadas, mas ao longo destes dois anos teve várias ocasiões de experimentar as que lhe eram discretamente atiradas por Passos, Relvas, Gaspar & Cia. E a paciência tem limites. Houve alturas em que o vimos como nunca o víramos antes, sem saber bem o que fazer. Até que bateu com a porta, e com ele os outros ministros do CDS.
Ficando o PSD em minoria, contando na melhor das hipóteses com pontuais apoios do CDS no Parlamento, a melhor solução seria a demissão de Passos Coelho e a nomeação de outro governo, com base na mesma maioria e que de preferência se estendesse ao PS. Mas o Primeiro Ministro inviabilizou totalmente essa hipótese, a manter-se teimosamente à frente do governo. Não percebeu que o seu tempo está contado. Deve ser das pouquíssimas pessoas em Portugal e não entender isso. Numa época de profunda crise, temos um político sem a menor habilidade, instinto ou inteligência política a governar-nos. O resultado, a curto prazo, é fácil de prever: eleições. Marquem a data para o provável dia 29 de Setembro. Juntando-se às autárquicas, sempre se poupam uns euros.
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